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quinta-feira, 5 de novembro de 2015

O CONSUMISMO DESREGULADO

O que se vê por esse mundo fora são ricos, remediados e pobres a usarem artigos de marcas de prestígio e caras para a sua funcionalidade.
O rico tenta diferenciar-se por aquilo que consome e tem e o pobre vai atrás, tentando sempre parecer menos pobre através dos consumos que usa, relegando a pobreza para os consumíveis que não são ostentáveis, como o alimento, o papel higiénico, etc., deste modo quem produz e comercializa o produto considerado de qualidade popular nunca sente muito as crises, o que já não acontece com o merceeiro lá da rua, do bairro ou da aldeia, onde as contas por pagar se vão acumulando.
No seguimento desta estratégia de vida, vê-se por aí muito filho adulto e a ganhar mais que os pais, mas a exigir-lhes apoio monetário par comprar o seu PC portátil ou o último modelo da Golf.
Como é possível uma criatura reindivicativa destas exigir ao pai ou à mãe, dinheiro para consumir e não reindivicar um ordenado melhor ou arranjar uma situação de vida melhor e só depois consumir o que é de marca ?
O acionista que ganha com a atitude deste consumidor não está minimamente interessado com a situação social dele, só lhe interessa que o máximo dinheiro que cada consumidor ganha lhe vá parar à mão e é precisamente esta atitude ganhadora que se impõe mesmo aos valores familiares.
Já ouvi vários cidadãos chamados de sucesso que afirmam não ter dado importância ao que os pais diziam em termos de emprego porque estes pouco ganhavam, tendo seguido os valores de estranhos que apelavam ao sucesso. Este é o grande paradigma das sociedades evoluídas.

Glossário

Cidadão: Pessoa que faz parte de um país estando rastreado como pessoa viva, tendo direitos e deveres para com o país ou organização social onde está inserido.
Consumidor: cidadão que compra bens.
Sucesso: ter uma atividade que permite ao cidadão consumidor ter acesso a muito dinheiro e que consegue aumentar constantemente esse acesso.
Pobre: cidadão consumidor sem grande interesse comercial.
Cidadão com princípios honestos de cidadania: parvalhão desenquadrado.
PensaCM
 

CANCERÍGENO E MORTAL

No seguimento da abordagem às carnes processadas e vermelhas como consumo potenciador de cancro, surgiram mais uma vez listas de produtos confirmadamente cancerígenos que geram logo milhares de comentários ansiosos como se quem informa as pessoas fosse o mau da fita.
Criticam dizendo coisas do género:
- Já não se pode comer nada, tudo faz mal !
- Já não se pode fazer nada, é tudo cancerígeno !
- E viver também faz mal ?
Este tipo de comentários saêm muitas vezes dos mesmos que criticam as autoridades por não revelarem certos segredos que o são só para não gerar pânico nas populações, estas pessoas que criticam estas listas com informação tão vital são muitas vezes as mesmas que alegam andarem a esconder a existência de OVNIS e seres extraterrestres que já nos visitaram, são muitas vezes os mesmos que simpatizam com as várias teorias da conspiração e que no final ficam perfeitamente aliviados por estarem virtualmente a ser vítimas dessas situações e já saberem por isso porque a vida lhes corre mal.
Quando falamos com estas pessoas, apercebemo-nos de que têm um conhecimento vasto e complexo sobre a sua profissão, por mais simples que seja e que esclarecem logo os prós e contras de fazer assim ou assado certa tarefa, nos mais ínfimos promenores.
A cultura desta gente é muitas vezes enorme e sabem muito sobre toda a panóplia de coisas que estão disponíveis ao consumo, mas isso não lhes faz confusão nem gera ansiedade.
Estes cidadãos não são parvos e também sabem que a atividade económica é desenvolvida a pensar em obter lucro e quanto mais lucro mais o empresário ou vendedor vive melhor e pode consumir o que outros vendem e produzem.
Todos sabemos que se não houver regras, proteção e informação aos consumidores, os consumos que se apresentam no mercado deixam logo de ser fiáveis, passando a ser o mais baratos que se conseguir produzir mas o mais caro que o mercado de consumo suportar: foi desta forma que as indústrias mais tecnológicas geraram os mais ricos do mundo que possuêm milhares de milhões e foi assim que a crise onde nos afundámos se gerou, com uma desregulação cada vez maior e os chineses e outros sem regras de qualidade suficientes a fazer peças de plástico e borracha que tresandam mas que saiam baratíssimo e dam o bom lucro que faz deles a maior economia do mundo em duas décadas.
CONCLUSÃO
Ganhar pouco num mundo em crescimento económico desregulado e sem informação ao consumidor é altamente cancerígeno, pois não se tem capacidade económica para comprar produtos limpos nem paciência para querer saber o que nos adoeçe ou mata.
PensaCM