Cumprimentar logo de manhã com um bom dia é sinal de boa educação mesmo que essa pessoa nos esteja a tratar mal logo de seguida devido a um capricho qualquer dela ou uma falha mínima que tenhamos feito.
Há quem use o cumprimento como forma de poder e humilhação sobre o outro, engrossando a voz e dando entoações de superioridade ou desprezo.
Pode-se também usar um tom e um timbre de voz sedutor, fazendo da vítima do cumprimento uma autentica presa de consumo imediato.
Outra forma de cumprimentar com um bom dia, boa tarde ou boa noite, conforme a hora a que me estão a ouvir dá um genérico globalista interessante, mas por outro lado também se usam os cumprimentos multi diários em que se dá os bons dias ou boas tardes, sendo estes válidos por vários dias, embora não estejam definidos quantos.
Há a versão assumidamente humilhada em que o cumprimentador até curva as costas virando a cabeça ligeiramente para o lado e para baixo num ato de submissão perante o outro.
Depois dos bons dias, boas tardes e boas noites podem-se servir os por favores.
O por favor ou se faz favor vem depois de um pedido e teoricamente também é um ato de educação.
Perante um colega o assalariado pede-lhe algo e no final remata com um, por favor, ou, se faz favor, mesmo que o colega esteja a ser pago para fazer aquilo e tenha um contrato escrito que o obriga a fazê-lo, neste caso levanta-se sempre a dúvida de que se não dissermos, por favor, será que ele vai corresponder ao nosso pedido? É realmente estranho pedir por favor a quem está ali para fazer aquilo.
Se eu peço por favor a quem está ali para fazer aquilo o que direi a quem me fez realmente um favor que não foi pago para o fazer nem tinha nenhuma obrigação de fazê-lo?
Depois do, bom dia, do, por favor, e após o nosso pedido se concretizar vem o, obrigado, também sinal de educação. A questão que se coloca é: quando estamos num ambiente em que estão vários islâmicos, será que temos de acrescentar "Ala aquebá" ao bom dia, por favor e ao obrigado?
Já vi muitas situações em que um dos interlocutores chega ao trabalho e por algum motivo não diz bom dia a um colega do qual necessita logo de seguida, só que o colega que ficou melindrado com a falta de educação por falha do bom dia vai-lhe boicotar o trabalho durante o dia todo, podendo provocar danos de dezenas, centenas ou até milhares de euros de prejuízo em produtividade, só por causa da alegada má criação do outro que não lhe deu os bons dias ao chegar ao trabalho. Afinal quem é o mal educado? O salário é pago para se reagir emocionalmente à falta de cumprimentos, por favores, ou obrigados e provocar prejuízos de produtividade por isso?
Má educação é exigir dos outros tiques verbais sempre iguais todos os dias e em situações idênticas e não colaborar com eles se não tiverem esses tiques verbais!
Imaginemos que apostamos com uma pessoa doutra cultura em como advínhamos o que as outras pessoas nos vão dizer. Então vamos para um local de manhã, onde passam várias pessoas que conhecemos e apostamos em como aquela pessoa que vem além ao passar por mim vai dizer, bom dia, o outro incauto aposta 100 € em como isso não é possível e perde, depois vamos repetindo a aposta e o incauto não percebendo como isso é possível vai perdendo aposta após aposta, até que deixa de apostar e se vira para nós e diz: isto estava combinado com eles? Só pode!
PensaCM
