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terça-feira, 7 de agosto de 2018

SUSTENTAR O TURISMO A CRUDE



"Autarcas e associações prometem aumentar a contestação contra o furo de Aljezur, até porque não reconhecem nenhum benefício ou contrapartida para a região. "Os algarvios não podem estar reféns de um projeto que ameaça seriamente a região", declararam os 16 municípios do Algarve, após uma reunião simbolicamente realizada em Aljezur".
Esta é a afirmação dos 16 autarcas que têm promovido e promovem a todo o custo o aumento do turismo, turismo esse que só beneficia alguns, os que têm empresas ou lojas que beneficiam com o turismo, todos os outros que são a grande maioria vêm os preços a subir e menos espaço para estar nos locais públicos, vê-se o aumento da violência do pessoal que tem um mau beber nos bares e discotecas, há barulho toda a noite para quem tem de dormir no seu apartamento.e por aí fora. 
Esta diminuição da qualidade de vida dos portugueses perante o aumento repentino do turismo vê-se em todo o lado, o navio de prospecção a 46 ou 47 Km de distância da costa que vai sugar o crude não se vê sequer, nem se sente.
Se as jazidas forem rentáveis como se pensa, vai diminuir o rasto dos petroleiros que têm de abastecer as Refinarias portuguesas a partir de origens longínquas.
O crude no nosso território contribui para diminuir a probabilidade de derrames, até porque um derrame é prejuízo para a empresa. Por outro lado a poluição emitida pelas chaminés dos petroleiros é que é visível e proporcionalmente mais poluidora que uma Refinaria em Portugal.
Um país que tem uma economia sustentada nos seus recursos está menos sujeita às crises dos outros e aos caprichos das notícias e acontecimentos que podem destruir a mole de estrangeiros que afluem a um país. Esquecemo-nos que o nosso turismo disparou porque a comunicação social deu várias notícias sobre atentados em "resorts" na costa islâmica do Mediterrâneo, tornando automaticamente esses países, com uma grande dependência do turismo, em países aflitos sem turismo que se veja, tendo de recorrer da forma possível à exploração do seu petróleo e do que têm para conseguir manter a população.
Uma economia sustentada na sua produção, seja agrícola, industrial ou de serviços e com exportações para destinos variados não fica sujeita aos caprichos do um turismo com uma mão de obra com pouco nível de especialização a ganhar pouquíssimo, sustentando famílias a viver sempre aflitos com as contas a pagar e os preços sempre a subir porque os donos dos negócios beneficiados com o turismo conseguem sempre boas vendas.
Então estes 16 autarcas não contestam o tráfico do aeroporto de Faro?
Os turistas nas belas praias de Faro estão constantemente a ver aterrar e a levantar aviões, provocando aqueles barulhos enormes e fazendo linhas de poluição no céu, linhas essas perfeitamente visíveis no ar, aviões esses que consomem dezenas de toneladas de jet em cada voo, jet esse que é produzido pelas Refinarias e obtido do crude como aquele que não querem que se explore a 47 Km de distância de Aljezur.
A massa de turistas que afluem a Portugal vêm quase todos de avião, muito poucos de navio ou viatura terrestre.
Os navios de cruzeiro são grandes e gastam enormidades de combustível  do mais barato e rasca que está à disposição no mercado e que é produzido pelas Refinarias a partir de crude. Estes navios andam a espalhar os fumos dessas queimas pelo mundo fora, contribuindo bastante para as chuvas ácidas e aumento da temperatura global, ou seja, alguns afortunados e pobres ambiciosos dão-se ao luxo de fazer cruzeiros que geram poluições grandes e más contribuindo para o aquecimento global e uma atmosfera envenenada por enxofre para todos, mas os 16 autarcas não pensam nisso.
Os aviões que se deslocam acima dos 900 Km/h e que têm consumos de jet produzido a partir do crude proporcionais às suas elevadas velocidades, trazem a maioria dos turistas que têm de ser protegidos da visão da prospecção de crude na costa portuguesa.
As viaturas terrestres que trazem muito poucos turistas ao nosso país, andam a gasolina, gasóleo e a gás que mesmo assim são os combustíveis menos poluentes, mas continuam a ser produzidos a partir de crudes.
O turista vai às compras e usa sacos plásticos que são polímeros com origem no crude, compra roupa com fibra que é produzida com produtos vindos do crude, vai ao restaurante e come uma refeição feita num fogão a gás destilado do crude, num prato de cerâmica cozida num forno a gás vindo do crude, enquanto come está sentado numa cadeira de plástico vindo do crude ou numa cadeira de madeira com assento em napa obtida a partir do crude, à noite vai ao bar onde bebe umas cervejas em copo de plástico com origem no crude, mas se for mais ecológico, bebe por um copo de vidro fabricado num forno a gás destilado do crude, à noite passa na recessão do hotel e leva a chave do quarto que pode ser um cartão de plástico que é feito com origem no crude e vai desembrulhar o sabonete de um invólucro feito de plástico, usa o copo de plástico e a escova de plástico para lavar os dentes e deita-se numa cama com uma cobertura de fibra e possivelmente um enchimento feito de materiais muito bons mas que são processados a partir de crude e na mesinha de cabeceira tem um candeeiro com um abajour de plástico ou de vidro fabricado num forno de redução a gás destilado do crude.
Podiamos continuar indefinidamente com esta conversa para concluir que cada turista gera muito mais poluição real e visível de derivados do crude que a exploração e o processamento do mesmo.
Se queremos um mundo melhor e mais limpo não andem a viajar ou a promover viagens pelo mundo só por capricho de ter umas histórias para contar e em paralelo ter atitudes do mais cínico que há.
O turismo depende da exploração do crude para sustentar a crescente procura de transportes (combustíveis) e consumos diários de toda a natureza.
PensaCM