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quinta-feira, 11 de maio de 2017

A CHAPADA DA ÁGUA

  
A  chapada é um impacto provocado numa zona do corpo de forma rápida e forte.
Embora quem não saiba português possa pensar que tem a haver com xá e pé (pada), na realidade tem mais a haver com mão.
Quando o mar está mais agitado pode-nos dar chapadas nas costas, nos glúteos e até na cara, doendo tanto ou mais que a mão de uma pessoa. Pode deitar-nos ao chão ou até partir-nos a coluna vertebral, tal a força exercida por aquele pedaço de água mole.
A chapada da água é um aviso a todo aquele que já foi sua vítima de que a serenidade de um meio não é para sempre, a agitação mais cedo ou mais tarde acaba por surgir, em física chama-se a isto o equilíbrio entre a suave entalpia e a entropia confusa da matéria-energia.
A variedade de estímulos força a inteligência e a adaptabilidade, o seu excesso geralmente forma monstros.
Quando a chapada da água é masoquista, a crista da onda bate na sua base deixando um oco no meio a que os surfistas chamam tubos, sendo muito apreciados nesta modalidade. Pois o tubo pode ser comparado com uma cornucópia e poderemos mesmo dizer que é um comportamento autista daquela onda.
O tubo da onda é como os buracos no queijo suíço, indica falta de uniformidade do constituinte: alguma coisa esteve mas já não está.
A água é um ser complexo e que nos ensina muito, pois dependemos 65 a 80% dela e tal como na sociedade humana, alguma da água tenta libertar-se da mole em que está aprisionada formando ondas solidárias com o vento ou o fundo marinho em que desliza, também se deixa levar pelo sol ou por outro qualquer calor, subindo aos píncaros como os VIPs mas as nuvens acabam sempre por cair na sua mole líquida imensa e igual.
Poderíamos dizer que as esquerdas dão mais importância à massa oceânica e as direitas às nuvens libertadas da mole popular do oceano: será sempre uma perspectiva no tempo.

PensaCM

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