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terça-feira, 24 de dezembro de 2019

MARCELO QUER DIREITA E ESQUERDA MAIS CONCENTRADAS


O nosso Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, o inteligente e oportuno, disse numa entrevista para os portugueses ouvirem que corremos o risco de fracionar a direita em pequenos partidos não ganhadores e o mesmo acontecer à esquerda, À semelhança do que anda a acontecer por esses países europeus fora.
Disse ainda que tanto a esquerda se devia unir num partido ou coligação de esquerda pujante para poder ganhar eleições como o mesmo devia acontecer com a direita.
Sabemos que a ex UDP considerada de extrema esquerda com os seus 4 ou 5% de votos no século passado e outros pequenos partidos da mesma extrema, se uniram para formar o BE (Bloco de Esquerda) e acabaram a ultrapassar os 10% de votos, mas a defender várias minorias, o que é uma política de direita e só o conseguiram porque o Governo vigente andou a espremer os portugueses até ao tutano.
Por seu lado a extrema direita em Portugal nunca se conseguiu unir, mas já chegou ao poder da Assembleia da República a defender reivindicações das massas e vai subindo nas sondagens à pala de dizer e defender o que a maioria pensa e diz só em família e aos seus amigos, isso é política de esquerda, que agora se chama populista.
Depois da Revolução francesa, no século XVIII, a esquerda e a direita defendiam interesses muito distintos: a direita defendia a minoria dos  poderosos, os abastados e os que tinham dominado o poder até à revolução francesa e sentavam-se à direita do rei Francês na Assembleia Legislativa e a esquerda defendia a grande maioria da população a que chamavam povo e que não tinha riqueza e dependia da iniciativa dos que eram defendidos pela direita.
Numa verdadeira democracia os interesses da esmagadora maioria deveriam ganhar, os chamados interesses do povo, mas a coisa não é assim tão fácil, porque quem nunca teve não sabe geralmente gerir riqueza, acaba por gasta-la ao desbarato.
Então a democracia quando governada pela esquerda acabaria a pedir socorro aos ricos da direita, na realidade a democracia rapidamente evoluiu no sentido do que melhor argumenta, pois o poder político democrata pós revolução francesa sempre foi dominado pela burguesia abastada a querer ganhar pontos e prestígio à nobreza e ao clero e a tentar chegar ao poder do rei, usando a retórica de defender os interesses da maioria, do povo.
A evolução do que se chama democracia levou a que atualmente as esquerdas radicais e até as moderadas defendam as franjas desfavorecidas e pouco cumpridoras das regras sociais vigentes e a direita radical e também as moderadas defendam os desfavorecidos mas cumpridores da lei e o pessoal da iniciativa, os chamados empresários e donos dos investimentos.
Temos então que chamar esquerda ou direita a um conjunto de partidos já não faz sentido, cada eleitor passou a votar nos que defendem mais aproximadamente os seus interesses ou então simplesmente não votam por birra.
As populações europeias têm subido bastante o seu nível cultural e o à vontade em falar e defender os seus interesses particulares em público, até porque em público é cada vez mais através da net, sem exposição presencial, o que dá um delay de preparação até ser necessário falar às massas. Assim começaram a surgir vários partidos que defendem mais especificamente os interesses particulares de sofistas que têm jeito para convencer os outros, tornando o panorama partidário cada vez mais fragmentado, dificultando o entendimento para formar maiorias governativas com efetivo poder de governar.
Dado que alguns milhares de assinaturas bastam para formar um partido, não podemos vir a público dizer que temos de ter grandes partidos ou alianças partidárias, pois o sistema permite facilmente a formação de muitos partidos, ponto.
Se não se quer escorregar não se anda de sapato de sola em cima de cascas de bananas!

PensaCM

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