Translate

terça-feira, 31 de dezembro de 2019

NORD STREAM 2, A ESTRATÉGIA POLÉMICA




O gasoduto chamado Nord Stream 2 liga os recursos russos em gás à Alemanha consumidora de um combustível fóssil menos emissor de CO2: o gasoduto sairá de Ust-Luga na Rússia, atravessará o Báltico, até chegar a Greifswald, na Alemanha.
Do ponto de vista ambiental é menos pernicioso queimar gás do que gasolina, gasóleo ou fuel óleo: o gás, se for natural, tem uma certa percentagem de moléculas que nem carbono têm na sua composição, assim pelo menos essas moléculas ao serem queimadas não vão emitir CO2, não contribuindo assim para o aumento desta molécula na composição do ar.
No futuro, as queimas de gás sem moléculas de carbono será a realidade, não se formando dióxido de carbono como um dos produtos, mas água na forma de vapor ou gotas.
Através desta conversa vemos que a Alemanha está a tentar mitigar as suas emissões através da construção deste gasoduto Nord Stream 2.
Transferir combustível através de gasodutos ou oleodutos é mais económico e protetor do ambiente do que transporta-lo por camiões cisterna e navios cisterna, pois estes aumentam os riscos de surgirem múltiplos derrames, para além disso cada viagem consome combustível, borracha que fica nas estradas e caminhos, óleo que é necessário para lubrificar as peças móveis ao longo de muitos milhares de quilómetros.
Um oleoduto/gasoduto também pode ter derrames mas a probabilidade de isso acontecer é muito menor e a dar-se fica mais concentrado, logo mais fácil de conter, as peças móveis resumem-se a bombas a montante.
Mas temos outra componente na construção deste gasoduto redundante entre a Rússia e a Alemanha: esta última é um pilar da NATO.
A NATO foi criada depois da 2ª Guerra Mundial para defender os países de ambos os lados do Atlântico Norte da então considerada ameaça comunista da União Soviética e seus países satélites, Pacto de Varsóvia.
NATO e Pacto de Varsóvia eram organizações transnacionais de carís militar: a Nato mantém-se e a União Soviética agora é Rússia e países derivados independentes, mas os USA e os CE´s através da NATO continuam a considerar que a Rússia é um potencial inimigo invasor.
Então não se pode ficar dependente economicamente de um potencial inimigo invasor ou seja: a Alemanha não pode estar em alerta militarmente relativamente à Rússia e ao mesmo tempo tornar-se dependente energeticamente dos 55 000 milhões de m3 anuais de gás russo.
Das duas uma: ou o contribuinte alemão está a pagar impostos para uma defesa teoricamente dissuasora e mais impostos para infraestruturar uma dependência energética desse mesmo potencial inimigo e sente-se bem com isso ou alguém anda a brincar com os impostos dos contribuintes inventando cenários que nem coerentes são, só para ganhar dinheiro daqui e também dali, não importa como.
O Trump condenou este gasoduto por estrategicamente ser incoerente do ponto de vista da NATO, mas os USA estão cheinhos de gás para vender por esse mundo fora, será que também queriam que fosse o seu gás a ir para a Alemanha de navio ou pretenderiam mesmo fazer um gasoduto entre os USA e a CE? Neste caso seria Portugal o país geograficamente mais adequado para destino desse gasoduto atlântico e não a Alemanha. 
O gasoduto Nord Stream não é só para gastar na Alemanha mas também para distribuir por outros países europeus que são membros da NATO.
Sabemos também dos imensos problemas ao longo dos anos que a Rússia tem criado aos fornecimentos de gás à Ucrânia, tenha ou não razão para os fazer.
Tudo isto nos leva a pensar que o dinheiro manda mais, não interessa a coerência.
PensaCM

Sem comentários:

Enviar um comentário