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segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

A CARIDADE E A DISTRIBUIÇÃO DE RIQUEZA

A caridade é um fenómeno que surge no seguimento da má distribuição da riqueza e neste aspeto as teorias de esquerda têm razão: só é necessário dar a quem nada ou quase nada tem porque o sistema social em que se insere o desgraçado não toma conta dele.
Neste aspeto, este tipo de sistema social não passa de um sistema semi velvagem em que os mais aptos para gerar rendimentos trocáveis, com enfase no dinheiro, dominam a sociedade deixando os menos aptos na geração de riqueza ao abandono.
Tem de se notar que a capacidade de gerar riqueza não está diretamente relacionada com o valor em conhecimento ou o valor social que o indivíduo tem, pois o livre pensador ou o criativo muitas vezes concebe os sistemas que irão dar a ganhar muito dinheiro aos oportunistas que sabem obter rendimentos facilmente no sistema em que vivem e o criador nada obtem disso.
Esta problemática, no entanto, não é assim tão simplista, pois o sistema social está criado de tal forma que o indivíduo não tem alternativa a poder viver sem estar integrado no sistema de geração de riqueza vigente, pois se quiser viver da natureza e não quiser trabalhar para nenhuma organização, já passa a ser considerado marginal e sem enquadramento legal.
Deste modo, o sistema social vigente impõe as regras da vida que cada um terá de cumprir, sendo que nos regimes socialistas a pessoa pode passar mal devido ao sistema funcionar mal em si mas terá sempre algum apoio, não deixando o indivíduo ao abandono da caridade de cariz capitalista.
A caridade que agora se chama voluntariado está na moda e até fica mal não a praticar, as empresas quase que usam essa prática para avaliar o seu funcionário: dar a quem está desmpregado, a quem é jovem institucionalizado, a quem é velho e não consegue viver com a sua reforma ou nem sequer a tem e a ainda ajudar populações de países longínquos. Já a reindivicação sobre uma melhor distribuição da riqueza da parte de quem trabalha é considerado subversão e barreira ao desenvolvimento económico.
Dos sistemas sociais vigentes nem sempre os chamados socialistas são os que mais pensam nas pessoas, porque não é o nome que faz o regime mas as práticas da distribuição efetiva da riqueza e a preocupação real das leis com o cidadão comum e não com alguns cidadãos.
A distribuição da riqueza continua a parecer uma tempestade de areia no Sahara: há tanta areia no ar que não se consegue ver nada a mais de um palmo do nariz.
PensaCM

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