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domingo, 25 de abril de 2021

PAINEIS SOLARES AMEAÇADORES

 


Na União das Freguesias de São Domingos e Vale de Água uma empresa propôs-se fazer um dos maiores campos de paineis solares do mundo.

O projeto inicialmente envolve 1260 hectares maioritariamente de eucaliptal, serão abatidas um milhão dessas árvores, terá uma capacidade de armazenagem em baterias de lítio de cerca de um quinto da sua produção elétrica para não destabilizar tanto a injeção elétrica na rede.

Os paineis solares são das formas mais limpas de produzir energia elétrica, aproveitam o embate dos fotões solares no silício donde se consegue obter uma corrente elétrica.

Os paineis azuis, as baterias e os cabos elétricos que transmitem a eletricidade produzida e injetada na rede, ficam ali quietinhos sem emissões gasosas, líquidas ou sólidas nem qualquer forma de radiação ionizante enquanto a vida à volta vai decorrendo até se atingir o limite do tempo de vida de uma instalação daquelas, uns 30 anos. Ao fim deste tempo pode-se perfeitamente reciclar os metais e o vidro usado no projeto.

O projeto pela sua dimensão teve de ser exposto ao público. A partir daí a contestação surgiu catalisada por alguns cidadãos com mais formação.

 Então vieram as conversas de contestação da parte de quem não tem conhecimento desta tecnologia e surgem as acusações:

os paineis vão gerar uma quantidade de radiação brutal que vai estragar a saúde das pessoas;

os paineis não têm radiação mas têm as baterias;

afinal as baterias também não têm radiação mas pode haver contaminação das águas freáticas e da atmosfera;

afinal não acontece nada disso mas aqueles paineis todos vão aumentar um grau na temperatura da Freguesia;

além do aumento da temperatura o terreno fica estéril pois os paineis absorvem todo o sol incidente naqueles terrenos; 

mesmo que não aconteça nada disso não gosto de ver aquela extensão toda com paineis daqueles;

aquele eucaliptal é 6% da área da Freguesia e é o pulmão desta, (deixaram de ser as árvores que sugavam as águas freáticas e que não deixavam crescer mais nada).

E ainda surgiram outras justificações engraçadas para contestar a não implementação deste campo de paineis solares.

O que realmente ressalta é que a anterior contestação da plantação de eucaliptos em terras que há dezenas de anos eram de cultura cerealifera, logo a produção de oxigénio era muito menor na altura, mas para a contestação actual os eucaliptais foram logo promovidos a pulmão da Freguesia. Outra contestação interessante é o facto de dizerem que o Estudo Ambiental prevê o aumento de 1 grau na Freguesia, ou seja é pior do que a produção energética com combustíveis fósseis.

Tem de se referir que este campo solar está previsto para uma zona distante  das zonas urbanas, sendo adjacente ao terreno de algumas casas isoladas, mas a distâncias sempre superiores a várias dezenas ou centenas de metros.

A maior contestação vem precisamente dos detentores de turismos rurais.

O turismo rural gera efluentes líquidos, sólidos e até gasosos, constatando-se facilmente que ao fim de 30 anos, um pequeno turismo rural com um hectare que seja, polui muito mais do que as estruturas estáticas de uma central fotovoltaica de 1260 hectares onde não se passa nada a não ser a produção de eletricidade pela interação entre o fotão solar e o silício.

É estranho!

PensaCM

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