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quinta-feira, 24 de julho de 2014

EXPAN ÍNDIA DA CPLP

Os políticos portugueses estão a valorizar muito as consequências políticas e económicas da expansão da CPLP a novos países com língua própria diversa da portuguesa, como se a vontade de usar o português como língua não fosse o suficiente para serem incorporados na CPLP (Comunidade Portuguesa de Língua Portuguesa).
Temos dois países que teriam ainda mais lógica na aderência à CPLP, pelo facto de possuírem uma minoria da população a falar a nossa língua, são o caso da Índia e da China, onde existem comunidades em que uma percentagem da população fala habitualmente o português: em Goa, Damão e Dio na Índia, ex colónias portuguesas, e na também ex colónia portuguesa, Macau, que agora pertence à China.
Se estes países quisessem aderir à CPLP será que iam também falar nos atropelos dos direitos humanos na Índia e na China e na falta de democracia neste último país?
Concerteza que os nossos políticos ao deixarem importar produtos com e sem qualidade desses países para que os empresários que os importam enriqueçam exponencialmente, não levaram em conta esses detalhes sociais, só viram o argueiro no olho da Guiné Equatorial, pois tem fracas transacções comerciais com Portugal, mas quando este país investe 100 milhões no Banif (banco português) embora já tivesse tido intenção de investir 133,5 milhões e a Galp tem interesses nos seus hidrocarbonetos, alguns já cederam à aceitação deste país na CPLP.
Desde que foram descobertas jazidas de hidrocarbonetos na Guiné Equatorial na década de 90 do século passado que o país teve um crescimento do PIB anual substantivo, por exemplo em 2012 teve um crescimento do PIB acima dos 5 %, alinhado com os anos anteriores desde a década de 90, mas em 2013 já caiu para -1,5%: são os efeitos das economias dependentes de uma substância, neste caso 90% da economia deles provem dos resultados da exploração dos hidrocarbonetos, petróleo e gás.
Houve períodos em que este país africano subsariano sentiu o abaixamento das suas reservas de hidrocarbonetos, outras vezes foram as margens de lucro deste tipo de produtos que variaram, provocando alterações bruscas no seu PIB: assim evolui aquela economia ao sabor dos ventos que vêm dos mercados de hidrocarbonetos.
Na realidade os interesses da facção política portuguesa que critica a adesão da Guiné Equatorial não devem estar a ser satisfeitos, mas por outro lado os discursos dos ministros guineenses assumem que esta adesão é fundamentalmente uma abertura de portas para as transacções económicas e financeiras, deixando transparecer que a questão da língua é menor.
Há ainda a notar que o presidente deste país é a oitava maior fortuna mundial, segundo a Forbes.
Afinal não foi só a língua que esteve em causa na aderência da Guiné Equatorial ao CPLP, os milhões que nos podem proporcionar como Galp e restante economia, além da preferência de um presidente ditador riquíssimo pesaram muito, não somos tão burros que nos atolemos nos direitos humanos alheios que não conseguimos controlar e na imposição impossível de uma democracia que só gera guerras civis naquela geografia.
Por outro lado, a adesão dependeu de todos os países da CPLP e não só de Portugal que teve um peso relativo na coisa.

PensaCM

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