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quinta-feira, 18 de novembro de 2021

PREÇO DE MERCADO E COMBUSTÍVEIS


 

A subida de preço dos combustíveis desde que a pandemia permitiu ter uma vidinha mais normal está ligada com o fornecimento dos mesmos perante a procura, é o chamado preço de mercado.

O preço de mercado forma-se quando os procuradores ou necessitados de um determinado bem estão dispostos a dar um determinado valor que cobre a totalidade ou quase a totalidade da disponibilidade de preço de quem está a vendê-lo.

No preço de mercado não há justiça, o que se constata é uma chantagem do comprador acenando com um preço que seja aceite por quem pode, de modo a vender-se praticamente toda a disponibilidade do bem, quando o preço sobe.

Quando o preço desce, é o comprador que faz a chantagem, não dando mais que aquele valor, ficando o vendedor a perder porque tem menos venda do que o bem disponível.

Quando o covid 19 se impôs ao mundo, onde o confinamento e o trabalho em casa foi a regra, os fornecedores de crude fóssil ficaram de repente com excesso de produto, sem escoamento, chegando a um ponto em que já tinham as suas armazenagens cheias e desesperados tiveram mesmo de pagar aos compradores para levarem o crude.

Por exemplo, a China aproveitou estes dias, tendo comprado mais de 50 petroleiros de crude que serviram de armazenagem extra, tendo recebido dinheiro dos produtores para o fazer.

Agora com a abertura dos confinamentos e a economia a reatar a sua atividade é a vez dos fornecedores terem menos crude para vender do que é necessário pelo mercado, que  está sofrego para o consumir, então esta situação acabou a provocar estas subidas de preços que os fornecedores estão a aproveitar para compensar as perdas que tiveram em 2020.

Os produtores têm o grande looby de produção que é a OPEP que consiste numa organização de países com bastante produção, basta-lhes produzir um bocadinho menos que as necessidades para subir o preço do crude, tendo de ser os países não loobystas a aumentar a produção quando necessitam do crude mais barato. Outras vezes são os próprios loobystas que aumentam a produção para baixar o preço quando lhes dá jeito ou quando sentem ameaças financeiras doutra ordem.

Não é fácil fechar produções industriais de extração de crude quando o mercado pára abruptamente como aconteceu em 2020, pois o arranque seguinte vai ter custos que não existiriam se não tivessem parado. Por outro lado para parar demora horas ou dias, não é como irmos a andar e pararmos logo ali, o facto de se aperceberem que é necessário parar uma produção também não é fácil, pois a diminuição das encomendas pode conter uma prespetiva de subida.

O preço de mercado, no fundo é uma chantagem de parte a parte, só que os loobys desiquilibram esta balança,estando o consumidor final nas mãos dos grandes compradores que são as petrolíferas.

Depois de passar a balança da formação do preço da matéria prima dos combustíveis fósseis que é o crude vem a formação de preço dos vários combustíveis já refinados e prontos para o consumo, a gasolina, o gasóleo, o gás, os óleos lubrificantes, os betumes asfálticos, etc, cada um com a sua formação de preço em bolsa de valores.

O consumidor final só terá alguma força quando são grandes empresas consumidoras, que na prática nunca conseguem fazer frente à enormidade dos loobys da refinação.

As empresas petrolíferas muitas vezes estão ligadas à extração/venda de crude e à refinação/venda dos produtos refinados prontos para o cliente, sendo as políticas dos países produtores e consumidores a maior parte das vezes a ditar os quantitativos de produção para que o resto da economia não seja arrastada por preços excessivos dos combustíveis, o que está a acontecer agora.

PensaCM

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