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sábado, 21 de janeiro de 2012

O IMPÉRIO DO GESTOR

Nos anos 80 do século passado, deu-se uma alteração na forma como se encaravam os gestores, liberalizou-se cada vez mais o mercado, deixando-o mais à mercê de quem o cavalga. A iniciativa de arriscar cada vez mais nos investimentos e empréstimos começou com os bancos: passaram a assediar clientes mais pobres com empréstimos cada vez mais acessíveis para consumir bens cada vez mais voláteis e desnecessários.
A par com os vendedores da banha da cobra, surgiram os vendedores da banha dos carros e atá da banha das viagens pelo mundo fora. Pessoas que nunca tinham posto a hipótese de sair do país, por falta de meios financeiros, passaram a poder pedir empréstimos para tal, como os pagavam logo se ia ver!
Eram casas, carros, motas, electrodomésticos, mobílias, relógios, casamentos e até funerais, tudo passou a poder ser pago de uma forma suave em prestações futuras.
Esta forma de gerir os bancos, criou fontes de rendimento muito superiores ao habitual, tendo subido os ordenados aos gestores que implementavam a cada mês um maior lucro para os seus patrões banqueiros.
Atrás das abébias dos bancos vieram os aumentos das compras em todos os bens que permitiam ser comprados a crédito e catapultou o mérito dos gestores de todas as outras empresas que beneficiaram com este afluxo de dinheiro ao mercado consumista. Esta filosofia de crédito e consumo só é expansível por algum tempo, pois depois das pessoas terem sido convencidas a ficar agarradas ao crédito bancário, os seus ordenados passam a andar em linha com o pagamento das prestações e deixa de haver a anterior expansão económica. Este abrandamento perfeitamente previsível é previsível até por mim que não sou economista, mas os referidos gestores viram horizontes cada vez mais além: emprestar com mais risco ainda, emprestar mesmo aqueles em que é óbvio não poderem pagar.
CONCLUSÃO
Nos USA e na Europa, no início dos anos 80 do século passado os gestores de topo, em média, ganhavam 15 vezes mais que um empregado da mesma empresa, em 30 anos de investimentos e empréstimos de risco, com a queda do socialismo via ao comunismo pelo meio, passaram a ganhar 150 vezes mais.
Os futebolistas que ganhavam, em média 5 vezes mais que os seus adeptos, passaram a ganhar 25 vezes mais.
É este o mundo das oportunidades em que vivemos.
PensaCM

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