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domingo, 31 de outubro de 2021

G20, 15% E 1.5ºC



Os G20 ou seja os 20 países mais ricos do mundo estão reunidos para debater o aumento da temperatura da Terra devido à atividade humana e o imposto mínimo aplicado à atividade empresarial.

Os humanos estão a acrescentar CO2 à composição da Terra desde que inventaram o fogo, o que já leva uns milhares de anos, mas a partir do momento em que a mente humana se tornou mais sistemática e eficaz na transformação da natureza naquilo a que chamamos riqueza, foi quando surgiram as máquinas térmicas a vapor, depois vieram as utilizadoras de gasolina, de gasóleo, de gás, todas acompanhadas por processos industriais de produção em série, em massa e com escoamentos de produção assistidos por técnicas de marketing que tornam os consumidores alienados durante o seu consumo.

Esta realidade em que vivemos que mistura tecnologia, produção rápida e em quantidade e hipnose consumista disparou o consumo de energia na Terra quase todo à base de combustíveis fósseis.

As primeiras máquinas a vapor, para quem não sabe do seu funcionamento, pode pensar:

- O que o vapor tem a haver com emissão de CO2?

Na realidade o vapor em si não produz CO2, mas a forma de o produzir começou por ser através do uso da queima de carvão e esse ao ser queimado gera CO2.

O CO2, dióxido de carbono, que nós humanos, os animais e as plantas emitem a cada expiração, aumenta a capacidade de retenção do calor do sol na atmosfera relativamente à composição média do ar, mas as nossas industrias abusam nessa emissão e passaram a desequilibrar a quantidade emitida deste gás.

As árvores e outras plantas verdes  consomem o CO2 no processo de fotosíntese, compensando de longe o que emitem na sua respiração, logo a sua existência é benéfica relativamente à atividade humana.

Por outro lado os vulcões ativos podem emitir grandes quantidades de CO2 além de SO2, estragando os equilíbrios na composição atmosférica.

O equilíbrio na composição atmosférica não existe, mas considerando troços de largos milhares de anos consegue-se encontrar uma gama de composição atmosférica estável.

Assim a contribuição da humanidade para a emissão do CO2 que gera aumento da temperatura atmosférica está em discussão no encontro do G20, pressionada pela geração dos seus filhos mais novos e dos netos que já são adolescentes.

Pretende-se estabilizar o aumento de temperatura média da Terra em 1.5 ºC devido ao aumento acelerado de CO2 que a atividade humana tem criado.

Outro assunto importante nesta cimeira será a imposição de um imposto mínimo de 15% sobre os lucros anuais das atividades económicas, independentemente do país onde sejam gerados e isso sim só depende do homem.

Os humanos ao longo da história criaram sistemas de sociedade cada vez mais hierarquizadas e estruturadas, tendo enveredado pela diferenciação de poder e armazenamento individual de bens. Geraram-se sistemas de escravidão baseados no roubo de terras e bens através da força, depois alguns setores da sociedade humana acharam que dava mais rendimento usar pessoas não consideradas escravas e acabaram com a escravatura, o que aumentou o número de contribuintes de impostos para o Estado, depois com a ocupação de novas terras descobriu-se que se as populações tivessem defendidas por direitos e se distribuisse um pouco mais de forma a que pelo menos alguns tivessem algum excesso de recursos, isso geraria ainda mais riqueza para quem a controlava e então surge nalguns paíse mais visionários a chamada classe média.

A classe média passou a ser o motor da economia mundial, pois produziam, consumiam e ainda conseguiam acumular alguma riqueza que a prazo aumentava mais o consumo.

Perante o facto da geração de riqueza ter ficado refém da produção e dos direitos da classe média de alguns países e isso limitar a expansão da riqueza de quem a controlava, surge a ideia da globalização com uma retórica de que era benéfica para todos, enriquecendo os pobres nos países menos desenvolvidos, colocando lá grandes quantidades dos meios de produção e usufruindo da sua mão de obra barata.

A mão de obra barata de uma classe baixa qualificada gerou imenso fluxo monetário, comunmente apelidado de mercados e estes aproveitam-se de leis à medida em países ou zonas económicas que permitem impostos baixíssimos ou até nulos, onde os riquíssimos registam as suas sedes, onde não precisam de pagar impostos e onde depositam as suas fortunas.

É neste seguimento que surgem empresas que têm lucros maiores que PIB's de muitos países e consequentemente muito poder político e até influência legislativa, correndo-se o risco de países menores poderem ser comprados por esses bilionários/empresas.

Daqui e perante crises económicas sucessivas, os Governos chegaram a situações sem saída a não ser ir buscar dinheiro a quem o tem em vez de continuar só a massacrar o assalariado que paga os impostos integralmente.

15% será o mínimo, o que é apreciavelmente menos que os 23% de IVA, os 44.2 % de IRS ou os (21 + X)% de IRC que se pagam em Portugal.

PensaCM

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