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domingo, 30 de junho de 2024

ESPECTRO DO GÁLIO

 


O gálio (Ga) é um elemento químico do grupo 13 da tabela periódica, com número atômico 31. É um metal macio e prateado que derrete ligeiramente acima da temperatura ambiente. O estudo do espectro do gálio é essencial para a identificação deste elemento em diferentes contextos, como na astrofísica e na química analítica. Vamos explorar o espectro do gálio, os elementos com espectros semelhantes, a sua detecção em estrelas e planetas, a formação e registo do seu espectro em laboratório e a influência dos isótopos no espectro.

Espectro do Gálio

O espectro de emissão do gálio é caracterizado por várias linhas, sendo as mais intensas na região do ultravioleta e do visível. As linhas mais notáveis aparecem nas proximidades de 403,3 nm, 417,2 nm, e 419,9 nm, entre outras. Essas linhas espectrais resultam da transição de elétrons entre diferentes níveis de energia nos átomos de gálio.

Elementos com Espectros Semelhantes

Os elementos do grupo 13, como alumínio (Al) e índio (In), apresentam espectros que podem ser comparados ao do gálio devido à similaridade na configuração eletrónica. No entanto, cada um possui linhas espectrais distintas que permitem sua identificação única. Outros elementos que podem ter linhas espectrais próximas incluem metais de transição e alguns lantanídeos, mas com intensidades e posições diferentes.

Detecção de Gálio em Estrelas e Planetas

O gálio tem sido detectado em várias estrelas, especialmente nas estrelas do tipo B, que são conhecidas pelas suas peculiaridades químicas. A presença de gálio em atmosferas estelares é frequentemente detectada através da análise espectroscópica das linhas de emissão ou absorção características do gálio.

No contexto planetário, a detecção do gálio é mais desafiadora devido às menores concentrações e à interferência de outros elementos. No entanto, estudos detalhados do espectro de luz refletida ou emitida por superfícies planetárias podem, em alguns casos, revelar a presença de gálio.

Produção e Registo do Espectro de Gálio em Laboratório

Para produzir o espectro do gálio em laboratório, utiliza-se uma amostra do elemento ou dos seus compostos. A amostra é excitada através de um método como a descarga elétrica, a chama ou a indução por plasma (ICP). Essa excitação provoca a emissão de luz característica do gálio.

O espectro emitido é então registado utilizando um espectrómetro, que dispersa a luz emitida nos seus comprimentos de onda componentes e detecta as intensidades das linhas espectrais. Este equipamento pode incluir detectores como CCDs (charged-coupled devices) para um registo preciso do espectro.

Isótopos e Suas Influências no Espectro

O gálio possui dois isótopos naturais, 69^{69}Ga e 71^{71}Ga. Em geral, as linhas espectrais de ambos os isótopos são muito semelhantes, pois as diferenças na massa nuclear têm um efeito mínimo nas transições eletrônicas que produzem as linhas espectrais. No entanto, técnicas de espectroscopia de alta resolução podem revelar pequenas diferenças (deslocamentos isotópicos) nas linhas espectrais devido às massas diferentes dos isótopos.

Conclusão

O espectro do gálio é uma ferramenta vital para a identificação do elemento em diferentes contextos científicos. As suas linhas espectrais características permitem distinguir o gálio de elementos semelhantes. A detecção de gálio em estrelas e planetas amplia o nosso conhecimento da distribuição de elementos no universo. Em laboratório, a produção e o registo do espectro do gálio envolvem técnicas sofisticadas que garantem precisão e confiabilidade nos resultados.

Bibliografia

Português:

  1. Silva, J. R. "Espectroscopia Atômica e Molecular." Editora Científica, 2020.
  2. Costa, A. P. "Química Analítica: Teoria e Prática." Livros Técnicos, 2019.

Inglês:

  1. Smith, J. T. "Atomic Spectroscopy." Wiley, 2018.
  2. Johnson, R. "Spectroscopic Methods in Chemistry." Springer, 2021.

Alemão:

  1. Müller, H. "Spektroskopie: Grundlagen und Anwendungen." Springer-Verlag, 2017.
  2. Weber, F. "Analytische Chemie." De Gruyter, 2019.

Japonês:

  1. 中村, 俊介. "原子スペクトロスコピーの基礎." 学術出版, 2020.
  2. 鈴木, 明. "化学分析のスペクトル技術." 科学技術出版社, 2018.
Hebraico:
  • גרינשטיין, מיכאל. "יסודות הספקטרוסקופיה האטומית." הוצאת מדע, 2015.

    • Este livro aborda os princípios fundamentais da espectroscopia atômica e suas aplicações práticas.
  • כהן, יעקב. "כימיה אנליטית: תאוריה ויישומים." הוצאת כימיה, 2018.

    • Uma obra abrangente que cobre diversos métodos analíticos, incluindo espectroscopia, utilizada na identificação de elementos químicos.
  • ברמן, דניאל. "טכנולוגיות ספקטרוסקופיות בכימיה." הוצאת טכניון, 2019.

    • Focado em tecnologias modernas de espectroscopia e suas aplicações em química.


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    sábado, 29 de junho de 2024

    COMPOSIÇÃO DO TELESCÓPIO J. WEBB

     


    O Telescópio Espacial James Webb (JWST), o sucessor do Telescópio Espacial Hubble, é uma das mais ambiciosas e avançadas missões de observação astronómica já desenvolvidas. A composição e os materiais usados no JWST foram cuidadosamente escolhidos para maximizar sua capacidade de observar o universo nas faixas do infravermelho próximo e médio.

    Estrutura Principal e Materiais

    1. Espelho Primário:

      • Material: Berílio.
      • Justificativa: O berílio foi escolhido pela sua rigidez, leveza e estabilidade dimensional em temperaturas extremamente baixas. O espelho primário do JWST é composto por 18 segmentos hexagonais revestidos com ouro, o que aumenta a sua eficiência na reflexão de luz infravermelha.
    2. Revestimento do Espelho:

      • Material: Ouro.
      • Justificativa: O ouro foi selecionado devido à sua alta refletividade no espectro do infravermelho, essencial para a detecção de objetos muito distantes e fracos.
    3. Escudo Solar:

      • Material: Kapton, revestido com alumínio e dopado com silício.
      • Justificativa: O Kapton foi escolhido pela sua resistência ao calor e à radiação. O escudo solar de cinco camadas reduz a temperatura dos instrumentos do telescópio, permitindo observações infravermelhas sensíveis.
    4. Instrumentos Científicos:

      • Material: Diversos, incluindo alumínio, titânio, silício e compostos de carboneto.
      • Justificativa: Os materiais foram selecionados pelas suas propriedades específicas, como resistência à radiação, capacidade de operar em baixas temperaturas e estabilidade dimensional. Cada instrumento, como o Near Infrared Camera (NIRCam) e o Mid-Infrared Instrument (MIRI), possui componentes feitos de materiais otimizados para as suas funções.
    5. Estrutura de Suporte:

      • Material: Compostos de fibra de carbono.
      • Justificativa: Esses compostos são leves, fortes e resistem à deformação em condições extremas, garantindo a integridade estrutural do telescópio.

    Razões para a Escolha da Composição

    1. Operação em Ambiente de Baixa Temperatura:

      • O JWST opera a temperaturas próximas ao zero absoluto (-223°C), necessárias para observar o infravermelho. Materiais como o berílio e o Kapton são essenciais para manter a estabilidade e funcionalidade nessas condições extremas.
    2. Redução de Massa:

      • O lançamento de telescópios espaciais requer otimização da massa para minimizar custos e maximizar a eficiência. Materiais leves como berílio e compostos de fibra de carbono ajudam a reduzir significativamente o peso total do telescópio.
    3. Estabilidade Dimensional:

      • A precisão na observação astronômica exige que os componentes do telescópio mantenham as suas formas e posições relativas sob variações de temperatura e radiação espacial. Materiais como o berílio e o carbono compostos são ideais devido à sua baixa expansão térmica e alta resistência.
    4. Alta Refletividade no Infravermelho:

      • A principal missão do JWST é observar o universo no infravermelho, necessitando de materiais com alta reflectividade nesse espectro. O ouro, com as suas propriedades reflectivas superiores no infravermelho, é crucial para o revestimento dos espelhos.
    5. Durabilidade e Resistência:

      • A missão do JWST, planeada para durar pelo menos 10 anos, requer materiais duráveis e resistentes à radiação e às partículas carregadas do espaço. A escolha de materiais como o Kapton e os compostos de carbono garante que o telescópio possa suportar o ambiente espacial rigoroso ao longo da sua vida útil.

    Bibliografia

    Em Inglês

    1. Gardner, J. P., Mather, J. C., Clampin, M., Doyon, R., Greenhouse, M. A., Hammel, H. B., ... & Wright, G. S. (2006). The James Webb Space Telescope. Space Science Reviews, 123(4), 485-606.
    2. NASA. (2021). James Webb Space Telescope Overview. Retrieved from NASA.gov.

    Em Japonês

    1. 野村恵一. (2010). ジェームズ・ウェッブ宇宙望遠鏡の設計と技術. 天文月報, 103(5), 312-320.
    2. 日本宇宙航空研究開発機構. (2021). ジェームズ・ウェッブ宇宙望遠鏡. Retrieved from JAXA.

    Em Alemão

    1. Dorn, R., & Krause, O. (2014). Der James Webb Space Telescope: Ein Überblick. Sterne und Weltraum, 53(10), 34-40.
    2. Europäische Weltraumorganisation. (2021). James-Webb-Weltraumteleskop. Retrieved from ESA.

    Em Português

    1. Soares, L. R. (2019). O Telescópio Espacial James Webb: Características e Desafios. Revista Brasileira de Astronomia, 37(2), 101-109.
    2. Agência Espacial Brasileira. (2021). Telescópio Espacial James Webb. Retrieved from AEB.

    Em Hebraico

    1. בלייך, י. (2011). טלסקופ החלל ג'יימס ווב: תכנון וטכנולוגיה. אסטרונומיה והחלל, 20(1), 45-52.
    2. סוכנות החלל הישראלית. (2021). טלסקופ החלל ג'יימס ווב. Retrieved from ISA.

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    quinta-feira, 27 de junho de 2024

    GÁLIO NÃO É GALO

     


    O gálio foi descoberto em 1875 pelo químico francês Paul-Émile Lecoq de Boisbaudran. A descoberta ocorreu através da espectroscopia, um método que permite a identificação de elementos com base na análise de suas linhas espectrais. Boisbaudran encontrou uma nova linha espectral numa amostra de esfalerite (ZnS), o que levou à identificação do novo elemento.

    No início, o gálio teve poucas aplicações práticas devido à sua raridade e dificuldade de extração. No entanto, uma das primeiras utilizações foi em termômetros de alta temperatura, devido ao seu ponto de fusão relativamente baixo (29,76°C) e o seu ponto de ebulição alto (2400°C). Isso tornou-o útil em contextos onde o mercúrio não era adequado.

    O gálio possui um peso atômico de 69,723 u. É um metal branco-prateado, macio e capaz de derreter na palma da mão. Forma compostos com diversos elementos e pode participar de várias reações químicas típicas, como a formação de óxidos (Ga₂O₃), cloretos (GaCl₃) e nitretos (GaN). É um elemento trivalente na maioria de seus compostos.

    As principais jazidas de gálio estão localizadas na China, Alemanha, Cazaquistão e Ucrânia. A extração do gálio é frequentemente realizada como um subproduto do processamento de minérios de alumínio e zinco.

    O preço do gálio nos últimos 10 anos tem girado em torno de $300 a $600 por quilograma, dependendo das condições de mercado.

    Atualmente, o gálio é amplamente utilizado na fabricação de dispositivos semicondutores, como LEDs (diodos emissores de luz), transistores e células solares. Também é empregado em dispositivos de comunicação, como lasers de telecomunicações e em circuitos integrados de alta frequência.

    Aplicações na Vida Civil, Militar e Pesquisa

    • Vida Civil: O gálio é essencial na produção de LEDs e painéis solares. Também é usado em termômetros de alta precisão e em espelhos de telescópios devido à sua capacidade de expandir uniformemente ao congelar.
    • Militar: No setor militar, o gálio é utilizado em dispositivos de radar, sistemas de comunicação e sensores devido às suas propriedades semicondutoras.
    • Pesquisa: Na pesquisa científica, o gálio é utilizado em experiências de física de partículas e em estudos sobre materiais semicondutores. O isótopo Ga-67 é utilizado em medicina nuclear para diagnóstico de tumores e inflamações.

    O gálio não é um elemento essencial do corpo humano e a sua presença é geralmente devido à exposição ambiental. Em quantidades pequenas, o gálio não é tóxico, mas em grandes quantidades pode causar irritações e problemas de saúde.

    A manipulação do gálio deve ser feita com cuidado, como o uso de luvas e proteção ocular para evitar contato direto. Em ambientes industriais, é recomendada a utilização de ventilação apropriada para evitar a inalação de vapores de gálio ou dos seus compostos.

    Bibliografia

    Em Inglês

    1. Emsley, J. (2011). Nature's Building Blocks: An A-Z Guide to the Elements. Oxford University Press.
    2. van der Krogt, P. (2020). Elements: Gallium. Elementymology & Elements Multidict.

    Em Japonês

    1. 伊藤, 達也. (2010). 元素の事典. 朝倉書店.
    2. 化学便覧編集委員会. (2013). 化学便覧 基礎編. 丸善出版.

    Em Alemão

    1. Riedel, E., & Janiak, C. (2011). Anorganische Chemie. De Gruyter.
    2. Demtröder, W. (2013). Experimentalphysik 2: Elektrizität und Optik. Springer.

    Em Hebraico

    1. לבנה, י. (2015). כימיה כללית. הוצאת דביר.
    2. שמעוני, מ. (2008). יסודות הכימיה. הוצאת כתר.

    Em Português

    1. Machado, A. S. (2012). Química Inorgânica: Fundamentos e Aplicações. LTC.
    2. Sousa, A. G. (2017). Manual de Química. Editora Saraiva.


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    quarta-feira, 26 de junho de 2024

    FSW: SOLDADURA POR FRICÇÃO E AGITAÇÃO

     




    A Soldagem por Fricção e Agitação (FSW, do inglês Friction Stir Welding) é uma técnica inovadora de soldagem de estado sólido desenvolvida e patenteada pelo Instituto de Soldagem de Cambridge (TWI) em 1991. Diferente dos métodos tradicionais de soldagem por fusão, a FSW não envolve o derretimento dos materiais a serem unidos. Em vez disso, utiliza calor gerado por fricção e a ação mecânica de um pino giratório para amolecer e misturar os materiais na região de soldagem, resultando numa junta sólida e de alta qualidade.

    Princípios de Funcionamento

    No processo FSW, uma ferramenta cilíndrica com um pino projetado é inserida na junção das peças a serem soldadas. À medida que a ferramenta gira e se desloca ao longo da linha de junção, o atrito entre a ferramenta e o material gera calor suficiente para amolecer o material. O movimento rotacional e a pressão exercida pela ferramenta promovem a mistura dos materiais amolecidos, criando uma ligação metalúrgica sólida após o arrefecimento. Este processo é ilustrado em três etapas principais:

    1. Fase de Imersão: A ferramenta é inserida no material até que toque a superfície da peça.
    2. Fase de Deslocamento: A ferramenta move-se ao longo da linha de soldagem, gerando calor por fricção e agitação do material.
    3. Fase de Extração: A ferramenta é removida, deixando uma junta soldada que se solidifica rapidamente. 

    Neste tipo de soldadura pode-se também usar o movimento rápido de uma das peças em contacto com a outra, tornando-se então o material de contacto mais plástico/amolecido, após parar o movimento, ao arrefecer a peça fica soldada

    Aplicações no Alumínio

    A FSW é especialmente adequada para a soldagem de ligas de alumínio, que são amplamente utilizadas nas indústrias aeronautica, automóvel, naval e ferroviária devido à sua alta relação resistência/peso e excelente resistência à corrosão. Algumas das aplicações mais notáveis incluem:

    • Indústria Aeronautica: A FSW é usada para fabricar componentes estruturais críticos, como asas, fuselagens e tanques de combustível de aeronaves, onde a integridade da junta e a redução de peso são cruciais.
    • Indústria Automóvel: A técnica é aplicada na produção de carrocarias e componentes estruturais leves, ajudando a melhorar a eficiência do consumo combustível e reduzir as emissões de CO₂.
    • Indústria Naval: Embarcações marítimas beneficiam da FSW em componentes como conveses e cascos, onde a resistência à corrosão do alumínio é vantajosa.
    • Indústria Ferroviária: A FSW é utilizada na construção de vagões de máquinas locomotivas e componentes estruturais, proporcionando durabilidade e segurança.

    Vantagens da FSW

    As principais vantagens da FSW incluem:

    • Alta Qualidade da Solda: A ausência de fusão elimina defeitos comuns como porosidade, fissuras e distorções.
    • Baixa Distorção Térmica: O calor gerado é localizado, minimizando a distorção das peças.
    • Ambiente Seguro: Não há necessidade de materiais de enchimento, gases de proteção ou alta tensão elétrica, tornando o processo mais seguro e ecológico.
    • Eficiência Energética: O processo é mais eficiente em termos de consumo energético em comparação com métodos de soldagem tradicionais e o processo de soldadura em si não gera emissões de CO2, nem doutros gases perniciosos.

    Bibliografia

    Para uma compreensão mais aprofundada da FSW e suas aplicações ao alumínio, são recomendadas as seguintes referências:

    1. Mishra, R. S., & Mahoney, M. W. (Eds.). (2007). Friction Stir Welding and Processing. ASM International.
    2. Thomas, W. M., Nicholas, E. D., Needham, J. C., Murch, M. G., Temple-Smith, P., & Dawes, C. J. (1991). Friction stir butt welding. International Patent Application No. PCT/GB92/02203.
    3. Cui, L., Zhao, Y., & Fujii, H. (2010). Review of Friction Stir Welding of Dissimilar Metal Joints between Aluminum Alloys and Steels. Journal of Materials Science & Technology, 26(4), 327-336.
    4. Nandan, R., DebRoy, T., & Bhadeshia, H. K. D. H. (2008). Recent advances in friction-stir welding – Process, weldment structure and properties. Progress in Materials Science, 53(6), 980-1023.


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    terça-feira, 25 de junho de 2024

    SOLDA EM ALUMÍNIO



    A solda de alumínio é um processo vital em várias indústrias, incluindo a automóvel, aeroespacial e de construção naval. Este material é amplamente utilizado devido à sua leveza, resistência à corrosão e alta condutividade térmica e elétrica. No entanto, a soldagem do alumínio apresenta desafios únicos que exigem habilidades especializadas e equipamentos apropriados.

    Como se Faz a Solda de Alumínio

    1. Preparação do Material:

      • Limpeza: O alumínio deve ser completamente limpo para remover óxidos, gorduras e impurezas. Isso geralmente é feito com escovas de aço inoxidável ou solventes específicos.
      • Preparação das Juntas: As peças a serem soldadas devem ser ajustadas corretamente para garantir uma penetração uniforme da solda.
    2. Escolha do Processo de Soldagem:

      • TIG (Tungsten Inert Gas): Utilizado para soldas de alta qualidade e precisão. Requer a utilização de gás inerte (geralmente argon) para proteger a área de solda da contaminação atmosférica.
      • MIG (Metal Inert Gas): Mais rápido e eficiente para soldas em grandes volumes. Também utiliza gás inerte e é ideal para soldagens em chapas finas a médias.
    3. Execução da Soldagem:

      • Parâmetros de Soldagem: Ajustar corretamente a corrente, tensão e velocidade de soldagem é crucial.
      • Técnica: Movimentos uniformes e controlados são necessários para garantir uma solda limpa e forte.

    Por Que é Tão Difícil

    A soldagem do alumínio é difícil devido a várias características intrínsecas do material:

    • Oxidação Rápida: O alumínio forma uma camada de óxido quase instantaneamente quando exposto ao ar, o que pode impedir a fusão adequada do metal.
    • Condutividade Térmica: O alumínio conduz calor rapidamente, dificultando o controle da temperatura durante a soldagem.
    • Ponto de Fusão Baixo: Requer um controle preciso da energia para evitar a queima do material.
    • Coeficiente de Expansão Térmica: O alumínio expande-se e contrai-se mais do que outros metais durante o aquecimento e o arrefecimento, o que pode causar distorções.

    Necessários Especialistas

    Devido à complexidade e aos desafios mencionados, a soldagem de alumínio deve ser realizada por especialistas que possuam:

    • Treinamento Adequado: Conhecimento técnico e prático sobre as propriedades do alumínio e técnicas de soldagem.
    • Experiência: Habilidades adquiridas através de anos de prática e trabalho em projetos específicos.
    • Equipamentos Específicos: Ferramentas e máquinas de solda de alta qualidade, além de dispositivos de medição e controle.

    Diferenças entre Solda de Alumínio Normal e Aeroespacial

    1. Qualidade dos Materiais:

      • O alumínio utilizado na indústria aeroespacial é de grau superior, com controle rigoroso de impurezas e composição.
    2. Normas e Padrões:

      • A soldagem aeroespacial segue normas estritas de qualidade e segurança, como as especificadas pela NASA e pela ASTM.
    3. Técnicas Avançadas:

      • Processos como soldagem por fricção e agitação (FSW) são frequentemente utilizados na indústria aeroespacial para garantir uma solda sem defeitos.

    Estragos Causados por Falhas em Soldas

    Falhas em soldas de alumínio podem causar danos catastróficos:

    • Setor Aeroespacial:
      • A falha numa solda pode levar à perda de integridade estrutural, resultando em acidentes fatais e perdas financeiras significativas.
    • Setor Automóvel e Naval:
      • Pode resultar em falhas estruturais que comprometem a segurança do veículo e dos passageiros.

    Proteções de Segurança

    A segurança é fundamental durante a soldadura de alumínio. As principais proteções incluem:

    • Equipamentos de Proteção Individual (EPIs):
      • Máscara de solda com filtros adequados.
      • Luvas resistentes ao calor.
      • Avental e roupas de soldador resistentes a chamas.
    • Ventilação Adequada:
      • Para evitar a inalação de vapores tóxicos, é necessário trabalhar em ambientes bem ventilados ou com sistemas de exaustão adequados.
    • Proteção Ocular e Auditiva:
      • Óculos de proteção contra raios UV e IR.
      • Protetores auriculares em ambientes ruidosos.

    Bibliografia

    Inglês

    1. "Aluminum Welding" - American Welding Society (AWS)
    2. "Welding of Aluminum Alloys" - J. R. Davis, ASM International

    Japonês

    1. アルミニウムの溶接技術 - 日本溶接協会 (Nihon Yousetsu Kyoukai)
    2. アルミニウム合金の溶接 - 東京大学出版会 (Tokyo Daigaku Shuppankai)

    Português

    1. "Soldagem do Alumínio" - SENAI-SP
    2. "Técnicas de Soldagem de Alumínio" - Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI)

    Hebraico

    1. ריתוך אלומיניום: טכניקות ושיטות - המכון התקנים הישראלי (The Standards Institution of Israel)
    2. טכנולוגיית ריתוך אלומיניום - אוניברסיטת תל אביב (Tel Aviv University)

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    domingo, 23 de junho de 2024

    ALUMÍNIO ESPACIAL



    O alumínio desempenha um papel crucial na indústria aeronáutica e espacial devido às suas propriedades únicas, como leveza, resistência à corrosão e alta condutividade térmica e elétrica.

    O alumínio e as suas ligas são materiais de escolha na indústria aeronáutica e espacial devido à sua combinação ideal de propriedades físicas e mecânicas. Desde a introdução das ligas de alumínio na construção de aviões no início do século XX, o material evoluiu bastante, adaptando-se às necessidades cada vez mais complexas do design aeronáutico e espacial.

    O alumínio apresenta várias propriedades que o tornam ideal para aplicações avionicas e espaciais:

    1. Leveza: Com uma densidade de aproximadamente 2,7 g/cm³, o alumínio é cerca de um terço mais leve que o aço, o que contribui para a redução do peso total das aeronaves e naves espaciais, melhorando a eficiência de combustível.
    2. Resistência à Corrosão: O alumínio forma uma camada de óxido que o protege da corrosão em várias atmosferas, incluindo ambientes marinhos e espaciais.
    3. Condutividade Térmica e Elétrica: A alta condutividade térmica do alumínio é essencial para a dissipação de calor em componentes eletrónicos de alta potência utilizados em aviões e satélites.
    4. Maleabilidade: A capacidade de ser facilmente moldado permite a fabricação de componentes complexos com precisão.

    No setor aeronáutico, o alumínio é utilizado principalmente em fuselagens, asas e componentes estruturais. As ligas de alumínio, como a série 2xxx (alumínio-cobre) e a série 7xxx (alumínio-zinco), são muito utilizadas devido à sua alta resistência e boa resistência à fadiga.

    Na engenharia espacial, o alumínio é fundamental na construção de estruturas de foguetes, satélites e módulos da estação espacial. As ligas de alumínio-lítio são especialmente utilizadas pela sua resistência e leveza, ajudando a reduzir o peso de lançamento e aumentar a capacidade de carga útil.

    Embora o alumínio ofereça muitas vantagens, o seu uso também apresenta desafios. A susceptibilidade à fadiga e a necessidade de revestimentos adicionais para proteção contra a corrosão em ambientes espaciais são preocupantes. As inovações contínuas em ligas de alumínio e técnicas de fabricação, como a impressão 3D, estão a ajudar a superar esses desafios.

    Conclusão

    O alumínio continua a ser um material vital na indústria aeronáutica e espacial, proporcionando uma combinação imbatível de leveza, resistência e versatilidade. A pesquisa contínua e o desenvolvimento de novas ligas e tecnologias de fabricação garantirão que o alumínio mantenha o seu papel central na exploração aérea e espacial.

    Bibliografia

    Inglês:

    1. Davis, J.R. (1999). "Aluminum and Aluminum Alloys." ASM International.
    2. Miller, W.S., Zhuang, L., Bottema, J., Wittebrood, A.J., De Smet, P., Haszler, A., & Vieregge, A. (2000). "Recent development in aluminium alloys for the automotive industry." Materials Science and Engineering: A, 280(1), 37-49.

    Japonês:

    1. Kobayashi, S. (2005). "航空機材料としてのアルミニウム合金の現状と展望" ("Current Status and Prospects of Aluminum Alloys as Aircraft Materials"). Journal of Japan Institute of Light Metals, 55(2), 72-80.
    2. Nakamura, T. (2010). "宇宙産業におけるアルミニウムの利用" ("Utilization of Aluminum in the Space Industry"). Journal of the Japan Institute of Metals, 74(8), 493-499.

    Hebraico:

    1. Cohen, Y., & Nitzan, Y. (2007). "שימוש באלומיניום בתעשיית התעופה" ("Use of Aluminum in the Aviation Industry"). Journal of Aeronautical Engineering, 5(3), 213-220.
    2. Levy, A. (2011). "חומרים למבנים תעופתיים וחלליים" ("Materials for Aerospace Structures"). Materials Science Journal, 19(4), 125-134.

    Alemão:

    1. Altenpohl, D. (1996). "Aluminium: Technologie für den Leichtbau." Springer.
    2. Hirsch, J., & Al-Samman, T. (2013). "Superior light metals by texture engineering: Optimized aluminum and magnesium alloys for automotive applications." Acta Materialia, 61(3), 818-843.

    Português:

    1. Cunha, L.F., & Borges, J.P. (2008). "Materiais para aplicações aeronáuticas." Revista Brasileira de Engenharia Aeronáutica, 54(2), 45-56.
    2. Silva, E.A., & Ferreira, M.L. (2012). "O uso do alumínio na indústria espacial." Ciência e Tecnologia Espacial, 7(1), 13-20.

    Este texto fornece uma visão abrangente sobre o uso do alumínio na indústria aeronáutica e espacial, apoiada por uma bibliografia diversificada em múltiplos idiomas para refletir a pesquisa global na área.


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    sábado, 22 de junho de 2024

    ALUMÍNIO RADIOATIVO

     




    O alumínio-26 é um isótopo radioativo do alumínio, com um número de massa de 26. Este isótopo tem importância tanto científica como prática em várias áreas, incluindo geologia, astrofísica e arqueologia.

    O alumínio-26 é extremamente raro na Terra. A sua presença é geralmente detectada em traços minúsculos, principalmente em meteoritos e outras amostras extraterrestres. Na crosta terrestre, a concentração de alumínio-26 é insignificante devido à sua curta meia-vida em termos geológicos.

    Usos do Alumínio-26

    1. Geocronologia e Geologia: O alumínio-26 é utilizado para datar meteoritos e outras amostras geológicas antigas. A sua decomposição para magnésio-26 permite aos cientistas calcular a idade das rochas e dos meteoritos.
    2. Astrofísica: Na astrofísica, o alumínio-26 é importante para estudar processos nucleares e a história da formação do sistema solar.
    3. Arqueologia: Pode ser utilizado em métodos de datação em arqueologia, ajudando a determinar a idade de artefatos e fósseis.

    A densidade do alumínio-26 é praticamente igual à do alumínio estável (Al-27), cerca de 2.70 g/cm³. Esta semelhança deve-se à proximidade na tabela periódica e às propriedades químicas quase idênticas.

    Cuidados na Manipulação do Alumínio-26

    A manipulação de alumínio-26 requer cuidados específicos devido à sua radioatividade. As principais precauções incluem:

    1. Proteção Contra Radiação: Uso de barreiras de proteção adequadas para minimizar a exposição à radiação.
    2. Armazenamento Seguro: O alumínio-26 deve ser armazenado em recipientes que previnam a fuga de radiação.
    3. Equipamento de Detecção: Utilização de equipamentos para monitorar e detectar qualquer nível de radiação anómala.

    Até o momento, não existem registos relevantes de acidentes envolvendo alumínio-26 em uso industrial ou laboratorial. A sua manipulação restrita a ambientes altamente controlados e a sua presença em quantidades extremamente pequenas contribuem para o baixo risco de incidentes.

    Bibliografia

    Em Inglês:

    1. McKeegan, K.D., & Huss, G.R. (2005). Aluminium-26 in the Early Solar System. Reviews in Mineralogy and Geochemistry, 59(1), 251-286.
    2. Jacobsen, S.B. (2005). The initial 26Al/27Al ratio and the thermal history of planetesimals. Nature, 438, 877-879.

    Em Alemão:

    1. Huth, J. (2003). Isotope der kosmischen Strahlung und Nukleosynthese. Naturwissenschaften, 90(8), 383-391.
    2. Krähenbühl, U. (1991). Kosmochemische und geochemische Bedeutung von Aluminium-26. Chemie der Erde, 51(3), 145-156.

    Em Hebraico:

    1. שוורץ, ד. (2001). שימושים של אלומיניום-26 בארכיאולוגיה ובגיאולוגיה. מדע וטכנולוגיה, 13(2), 117-124.
    2. לוי, ר. (2012). מדידות איזוטופיות של אלומיניום-26 במטאוריטים. מדע היום, 20(5), 89-95.

    Em Português:

    1. Silva, J. F. (2010). Aplicações do alumínio-26 na datação geológica. Revista Brasileira de Geociências, 40(4), 479-487.
    2. Andrade, C. A. (2015). O papel do alumínio-26 na compreensão da formação do sistema solar. Ciência e Cultura, 67(3), 34-42.

    Conclusão

    O alumínio-26, apesar de sua raridade na Terra, é importante em várias áreas científicas. A sua manipulação exige cuidados específicos devido à sua radioatividade, mas a ocorrência de acidentes é praticamente inexistente graças às medidas rigorosas de segurança.


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    quinta-feira, 20 de junho de 2024

    ALUMÍNIO

     


    O alumínio é um elemento químico, simbolizado por Al, conhecido por ser um metal leve, resistente à corrosão, e altamente condutivo. É o terceiro elemento mais abundante na crosta terrestre, representando cerca de 8% da sua massa.

    O número atômico do alumínio é 13.

    O alumínio possui dois isótopos naturais:

    • Alumínio-27 (27Al), que é estável e compõe quase 100% do alumínio natural.
    • Alumínio-26 (26Al), que é radioativo com uma meia-vida de aproximadamente 720,000 anos, sendo utilizado principalmente em datações geológicas e estudos astronômicos.

    O alumínio foi descoberto em 1825 pelo químico dinamarquês Hans Christian Ørsted.

    Inicialmente, o alumínio era utilizado em jóias e ornamentos devido à sua aparência brilhante e ao facto de ser um metal raro e valioso.

    As principais jazidas de bauxite, o minério do qual o alumínio é extraído, estão localizadas em países como Austrália, Brasil, China, Guiné e Índia.

    O preço do alumínio tem variado consideravelmente nos últimos 10 anos. Em 2014, o preço médio foi cerca de $1,85/kg. Em 2023, o preço médio foi cerca de $2,50/kg.

    Atualmente, o alumínio é amplamente utilizado em diversas indústrias:

    • Construção: Estruturas de edifícios, janelas, portas.
    • Transportes: Aeronaves, automóveis, comboios.
    • Embalagens: Latas, papel alumínio.
    • Tecnologia: Eletrónica, cabos de transmissão.

    Importância Civil, Militar e na Investigação:

    • Civil: Essencial na construção, transportes e embalagens devido à sua leveza e resistência à corrosão.
    • Militar: Utilizado em aeronaves, veículos blindados e armas devido à sua leveza e resistência.
    • Investigação: Importante em pesquisas de materiais, nanotecnologia e no estudo de processos geológicos e astronômicos devido ao isótopo 26Al.

    O alumínio não é um elemento essencial para o corpo humano. Na verdade, altas concentrações de alumínio podem ser tóxicas, e o corpo humano tem mecanismos para limitar a absorção de alumínio.

    Cuidados no Manuseamento:

    • Segurança: Utilizar luvas e máscaras ao manipular pó de alumínio para evitar inalação e contato com a pele.
    • Armazenamento: Armazenar em locais secos para evitar a corrosão.
    • Descarga: Descarregar resíduos de alumínio de acordo com as regulamentações ambientais para evitar contaminação.

    Bibliografia

    Em Japonês:

    1. 日本金属学会 (2010). アルミニウムの基礎と応用. 日本金属学会.
    2. 高木茂男 (2015). アルミニウムの科学. 東京大学出版会.

    Em Inglês:

    1. Ashby, M. F., & Jones, D. R. H. (2012). Engineering Materials 1: An Introduction to Properties, Applications, and Design. Elsevier.
    2. Totten, G. E., & MacKenzie, D. S. (2003). Handbook of Aluminum: Physical Metallurgy and Processes. CRC Press.

    Em Alemão:

    1. Ebeling, A. (2016). Aluminium: Eigenschaften und Anwendungen. Springer-Verlag.
    2. Gräfen, H., & Stolz, W. (2017). Werkstoffkunde der Metalle. VDI-Buch.

    Em Português:

    1. Araújo, J. (2013). Alumínio: Propriedades e Aplicações. Editora Blucher.
    2. Silva, L. (2019). Tecnologia do Alumínio. LTC Editora.

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    quarta-feira, 19 de junho de 2024

    BORANOS E NÃO BOLEROS

     


    O termo 

    \text{B}_x\text{H}_y
    B𝑥H𝑦refere-se a uma classe de compostos químicos conhecidos como boranos, que são compostos de boro e hidrogênio. Os boranos podem variar em tamanho e complexidade, dependendo dos valores de

    xx e yy

    Aqui estão algumas informações sobre boranos:

    1. Fórmula Geral: BxHy\text{B}_x\text{H}_y, onde xx é o número de átomos de boro e yy é o número de átomos de hidrogênio.

    2. Tipos de Boranos:

      • Diborano (B2H6\text{B}_2\text{H}_6): O mais simples e mais conhecido dos boranos.
      • Pentaborano (B5H9\text{B}_5\text{H}_9): Um borano maior e mais complexo.
      • Decaborano (B10H14\text{B}_{10}\text{H}_{14}): Um borano ainda maior e mais complexo.
    3. Estrutura:

      • Os boranos possuem estruturas únicas e podem ter ligações tridimensionais.
      • Muitas vezes contêm ligações 3-centro 2-eletrão, onde três átomos compartilham dois eletrões.
    4. Propriedades Físicas:

      • Os boranos são geralmente gases ou líquidos voláteis.
      • Podem ser inflamáveis e, em muitos casos, tóxicos.
    5. Reatividade:

      • Os boranos são altamente reativos, especialmente com água e oxigênio.
      • Frequentemente utilizados como reagentes em síntese química.
    6. Usos:

      • Síntese de outros compostos de boro.
      • Produção de materiais de alta energia.
      • Aplicações em semicondutores e na química organometálica.

    Exemplos Específicos de Boranos:

    • Diborano (B2H6\text{B}_2\text{H}_6): Usado em síntese orgânica e como um intermediário na produção de outros boranos.
    • Pentaborano (B5H9\text{B}_5\text{H}_9): Utilizado em combustíveis de foguetes e em síntese química.
    • Decaborano (B10H14\text{B}_{10}\text{H}_{14}): Utilizado em aplicações de alta energia e em semicondutores.

    Segurança:

    • Devido à sua alta reatividade, os boranos devem ser manuseados com cuidado em ambientes controlados.
    • É importante usar equipamentos de proteção ao trabalhar com esses compostos.

    Os boranos são uma classe interessante de compostos com muitas aplicações potenciais, mas também com desafios apreciáveis em termos de manuseamento seguro.

    Referências e recursos bibliográficos sobre boranos e compostos relacionados a BxHy\text{B}_x\text{H}_y:

    Livros

    1. "Inorganic Chemistry" - Gary L. Miessler, Paul J. Fischer, and Donald A. Tarr

      • Este livro é um recurso abrangente que cobre a química inorgânica, incluindo detalhes sobre boranos e suas propriedades químicas e físicas.
    2. "Advanced Inorganic Chemistry" - F. Albert Cotton, Geoffrey Wilkinson, Carlos A. Murillo, and Manfred Bochmann

      • Um clássico da química inorgânica, este livro fornece uma visão detalhada dos compostos de boro, incluindo boranos.
    3. "The Chemistry of Boron and Its Compounds" - Earl L. Muetterties

      • Este livro é específico para a química do boro e de seus compostos, oferecendo uma visão profunda sobre a estrutura e reatividade dos boranos.

    Artigos Científicos

    1. "Boron Hydrides" - A. E. van Arkel, Chemical Reviews, 1955, 55 (2), pp 259–352

      • Uma revisão abrangente sobre os hidretos de boro, discutindo sua química, estrutura e propriedades.
    2. "The Structure and Bonding of Boranes and Metalloboranes" - D. M. P. Mingos, Nature, 1984, 312, pp 722-729

      • Este artigo discute as estruturas complexas e as ligações encontradas nos boranos e nos metaloboranos.

    Recursos Online

    1. Chemistry LibreTexts - Boranes

      • Um recurso educacional gratuito que oferece informações detalhadas sobre a química dos boranos.
    2. Royal Society of Chemistry (RSC) - Advances in Boron Chemistry - Advances in Boron Chemistry

      • Uma série de publicações e ebooks que discutem os avanços na química do boro, incluindo boranos.

    Enciclopédias e Dicionários

    1. "Encyclopedia of Inorganic Chemistry" - R. Bruce King (Editor)

      • Este recurso enciclopédico cobre uma vasta gama de tópicos em química inorgânica, incluindo detalhes sobre boranos.
    2. "Concise Inorganic Chemistry" - J.D. Lee

      • Um recurso compacto e acessível que cobre os princípios da química inorgânica, incluindo os compostos de boro.


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    terça-feira, 18 de junho de 2024

    BOROFENO



     O boro é um elemento versátil com várias aplicações impressionantes na ciência e na indústria. Uma das criações mais espetaculares envolvendo boro é o borofeno.


    O borofeno é uma forma bidimensional de boro, semelhante ao grafeno, e possui propriedades notáveis que incluem:


    Alta Condutividade Elétrica e Térmica: O borofeno é um excelente condutor tanto de eletricidade quanto de calor, tornando-o útil em várias aplicações eletrónicas e de materiais.


    Força e Flexibilidade: Apesar de ser extremamente fino, o borofeno é muito forte e flexível, superando em resistência materiais como o aço.


    Supercondutividade: Em determinadas condições, o borofeno pode exibir propriedades supercondutoras, o que significa que pode conduzir eletricidade sem resistência.


    Aplicações em Baterias: O borofeno tem potencial para revolucionar a tecnologia de baterias, especialmente nas de íon-lítio, aumentando a capacidade e eficiência energética.


    Catalisador Eficiente: O borofeno pode atuar como um catalisador em várias reações químicas, incluindo a produção de hidrogênio, o que é crucial para tecnologias de energia limpa.


    Essas características tornam o borofeno uma descoberta espetacular no campo da ciência dos materiais, com potencial para transformar diversas indústrias, desde a eletrónica até à energia sustentável.

    Algumas referências bibliográficas sobre borofeno e suas propriedades e aplicações:

    1. Yang, R., & Sun, M. (2023). Borophenes: monolayer, bilayer and heterostructures. Journal of Materials Chemistry C, 11, 6834-6846.
      DOI: 10.1039/D3TC00974B
      Este artigo discute várias formas de borofeno, incluindo monolayer, bilayer e heteroestruturas, e suas aplicações em eletrônica, armazenamento de energia, catalisadores, e sensores.

    2. Guha, S., Kabiraj, A., & Mahapatra, S. (2023). Discovery of Clustered-P1 Borophene and Its Application as the Lightest High-Performance Transistor. ACS Applied Materials & Interfaces.
      DOI: 10.1021/acsami.2c20055
      Este estudo detalha a descoberta da fase semiconductora clustered-P1 do borofeno e seu uso em transistores de alto desempenho, destacando a eficiência e estabilidade deste material.

    3. Phys.org. (2023). New semiconducting borophene paves the way for the lightest high-performance transistor.
      Disponível em: Phys.org
      Este artigo resume as descobertas sobre a aplicação do borofeno como transistores leves e de alto desempenho, destacando suas propriedades semiconductoras e estabilidade.


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    QUÍMICA DO BORO

     


    O boro (B) possui número atômico 5. Em termos de reatividade, o boro é menos reativo que muitos outros elementos, especialmente os metais alcalinos e alcalino-terrosos. A sua reatividade depende muito da forma alotrópica e do estado de oxidação. Por exemplo, na sua forma elementar, o boro é relativamente inerte, mas os seus compostos, como os boranos (BxHy), podem ser bastante reativos.


    Comparação entre a Química do Boro e do Carbono

    A química do boro é bastante diferente da química do carbono, apesar de existirem algumas semelhanças estruturais:


    Estrutura Eletrónica:


    O carbono tem quatro eletrões de valência, permitindo-lhe formar quatro ligações covalentes fortes numa estrutura tetraédrica estável, essencial para a formação de moléculas complexas, como as biomoléculas.

    O boro tem três eletrões de valência, o que limita as suas capacidades de ligação e faz com que muitas de suas estruturas sejam deficientes em eletrões (por exemplo, B₂H₆).

    Tipos de Ligações:


    O carbono forma ligações simples, duplas e triplas fortes e estáveis com outros átomos de carbono, permitindo a formação de longas cadeias e anéis.

    O boro, por outro lado, tende a formar estruturas polinucleares e ligações multicêntricas devido à sua deficiência eletrônica.

    Reatividade:


    O carbono forma compostos estáveis em uma ampla gama de estados de oxidação, o que é crucial para a diversidade química necessária à vida.

    Em comparação o boro, tem menos versatilidade na formação de compostos estáveis em diferentes estados de oxidação.

    Possibilidade de Vida Baseada no Boro

    A vida baseada no carbono deve-se à sua complexidade, à versatilidade das ligações carbono-carbono e à estabilidade das moléculas orgânicas. Embora o boro possa formar estruturas complexas, ele não oferece a mesma estabilidade e diversidade química que o carbono. Portanto, a possibilidade de vida baseada no boro é considerada extremamente baixa devido às suas limitações químicas e estruturais.


    Referências Bibliográficas

    Em Japonês:

    岡部恒治, 化学のすべて:原子から宇宙まで (化学工業日報社, 2018).

    伊藤伸一, 化学の基礎と応用 (東京大学出版会, 2019).

    Em Inglês:

    Greenwood, N. N., & Earnshaw, A. Chemistry of the Elements (2nd Edition, Butterworth-Heinemann, 1997).

    Housecroft, C. E., & Sharpe, A. G. Inorganic Chemistry (4th Edition, Pearson, 2012).

    Em Português:

    Kotz, J. C., Treichel, P. M., & Weaver, G. C. Química Inorgânica e Organometálica (Bookman, 2013).

    Feltre, R. Química Geral (Volume 1, Editora Moderna, 2004).

    Em Hebraico:

    שלמה רובינשטיין, כימיה של יסודות (הוצאת פרדס, 2011).

    דוד הכהן, מבוא לכימיה אי-אורגנית (הוצאת מאגנס, 2015).

    Em Alemão:

    Holleman, A. F., & Wiberg, E. Lehrbuch der Anorganischen Chemie (102. Auflage, De Gruyter, 2007).

    Beck, W. Einführung in die Anorganische Chemie (Springer, 2010).


    PensaCM

    segunda-feira, 17 de junho de 2024

    BORO E NÃO EMBORA



    O boro foi descoberto em 1808 pelos químicos Sir Humphry Davy, Joseph Louis Gay-Lussac e Louis Jacques Thénard, que isolaram o elemento em forma impura através da reação de ácido bórico com potássio. Nas primeiras utilizações, o boro foi essencial para a produção de vidro borossilicato, conhecido pela sua resistência ao calor e a produtos químicos. Este vidro ainda é amplamente usado em laboratórios e na cozinha.

    O boro é um elemento relativamente raro na crosta terrestre, compondo cerca de 0,001% da mesma. As principais jazidas de boro encontram-se na Turquia, que detém aproximadamente 70% das reservas mundiais, seguida pelos Estados Unidos (principalmente na Califórnia), Rússia e China. Outros depósitos significativos estão localizados na América do Sul, particularmente na Argentina.

    O preço do boro variou ao longo dos últimos 10 anos, geralmente entre 5 e 10 dólares por quilograma. As flutuações no preço podem ser atribuídas a variáveis como a procura industrial, regulamentações ambientais e disponibilidade de reservas.

    Os maiores consumidores de boro são os Estados Unidos, China, Turquia, Alemanha e Japão. Estes países utilizam boro em diversas indústrias devido às suas propriedades únicas.

    Na vida civil, o boro é amplamente utilizado na produção de:

    Vidro e Cerâmica: O vidro borossilicato e cerâmicas técnicas utilizam boro pela sua resistência a choques térmicos.

    Detergentes: Compostos de boro são ingredientes-chave em alguns detergentes e produtos de limpeza.

    Fertilizantes: Micronutrientes para o crescimento de plantas, especialmente em solos pobres em boro.

    Na vida militar, o boro é utilizado em:

    Materiais Compósitos: Fibra de boro é usada para reforçar materiais em aeronaves e veículos blindados devido à sua alta resistência e leveza.

    Reatores Nucleares: O boro é um material de absorção de neutrões, vital em barras de controle para reatores nucleares.

    Na investigação científica, o boro é importante em:

    Pesquisa de Materiais: Exploração de materiais super duros como o nitreto de boro cúbico.

    Medicina Nuclear: Boroterapia de captura de neutrões (BNCT) é uma técnica experimental para tratar cancros.

    Relevância na Bioquímica Humana

    O boro é um oligoelemento para plantas, mas a sua importância no corpo humano é menos clara. Estudos indicam que pode influenciar o metabolismo de minerais como cálcio, magnésio e fósforo, e estar relacionado com a saúde óssea e função cerebral. A deficiência de boro pode levar a problemas de crescimento em plantas, mas os efeitos em humanos ainda estão em pesquisa.

    Cuidados na Manipulação do Boro

    O boro e os seus compostos devem ser manipulados com cuidado. A inalação de poeira de boro pode causar irritação no trato respiratório e exposição prolongada pode levar a problemas reprodutivos. É essencial usar equipamento de proteção adequado, como máscaras e luvas, durante a manipulação de boro em ambientes industriais ou laboratoriais.


    Referências Bibliográficas

    Em Japonês:


    高橋道朗. (2010). ホウ素の化学. 東京: 日本化学会.

    佐藤一郎. (2015). ホウ素の産業利用. 大阪: 化学工業出版社.

    Em Inglês:


    Greenwood, N. N., & Earnshaw, A. (1997). Chemistry of the Elements. Oxford: Butterworth-Heinemann.

    Kistler, R. B., & Helvaci, C. (1994). Boron: Mineralogy, Petrology, and Geochemistry. Washington: Mineralogical Society of America.

    Em Português:


    Silva, A. R. (2008). Química Inorgânica: Uma Introdução. São Paulo: Editora Blucher.

    Ferreira, L. F. V. (2012). Elementos de Química Geral. Porto: Porto Editora.

    Em Alemão:


    Müller, G., & Löffler, F. (2001). Anorganische Chemie. Berlin: Springer-Verlag.

    Jander, G., & Blasius, E. (2002). Lehrbuch der analytischen und präparativen anorganischen Chemie. Stuttgart: Hirzel.


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    sexta-feira, 14 de junho de 2024

    MERCÚRIO NA ALQUIMIA









    O mercúrio, também conhecido como azougue, teve um papel central na prática alquímica ao longo da Idade Média. A sua aparência líquida à temperatura ambiente e o facto de molhar as paredes do recipiente onde se encontra deixando uma curvatura para baixo e não para cima como a água além das suas outras propriedades peculiares fascinaram os alquimistas, que o consideravam tanto um símbolo espiritual como um material prático para as suas experiências. 


    Na alquimia, o mercúrio era visto como um dos três princípios fundamentais, juntamente com o enxofre e o sal, conforme a teoria proposta por alquimistas como Paracelso. Esses três elementos representavam, respectivamente, o espírito, a alma e o corpo de todas as substâncias. O mercúrio, em particular, simbolizava a maleabilidade e a fusão, uma vez que se podia combinar com outros metais para formar amálgamas, dado que era líquido.


    Além disso, o mercúrio era frequentemente associado ao planeta Mercúrio (Hermes na mitologia grega) e ao deus Hermes Trismegisto, considerado o patrono da alquimia. A sua natureza fluida e metálica era vista como um mistério a ser decifrado, um reflexo da busca alquímica pela transmutação de metais comuns em ouro e pela descoberta do elixir da vida eterna.


    O mercúrio (Hg) é único entre os metais devido ao fato de ser líquido à temperatura ambiente. A sua densidade é de aproximadamente 13.534 g/cm³, o que o torna um dos metais mais densos, é mais denso que o chumbo. Esta alta densidade e a sua capacidade de formar amálgamas com outros metais como ouro e prata foram aspectos cruciais que alimentaram as práticas alquímicas.


    A fase líquida do mercúrio à temperatura ambiente é uma de suas características mais notáveis e intrigantes. A maioria dos metais encontra-se em estado sólido à temperatura ambiente, mas o mercúrio permanece líquido, o que facilitava a sua manipulação e estudo pelos alquimistas. Esta propriedade também o tornava um símbolo perfeito da transmutação e da mudança, conceitos centrais na alquimia.


    Referências Bibliográficas

    Português:


    "História da Alquimia" de Serge Hutin - Este livro explora a evolução da alquimia ao longo dos séculos, incluindo a importância do mercúrio nas práticas alquímicas medievais.

    "A Alquimia na Idade Média" de Paulo Rónai - Um estudo detalhado sobre a alquimia medieval, destacando o papel dos metais e do mercúrio nas teorias e experimentações dos alquimistas.

    Inglês:


    "Alchemy and Alchemists" by C.J.S. Thompson - Este livro oferece uma visão abrangente da história da alquimia, com foco nas substâncias utilizadas, incluindo o mercúrio.

    "The Alchemy Reader: From Hermes Trismegistus to Isaac Newton" edited by Stanton J. Linden - Uma coleção de textos essenciais sobre alquimia, muitos dos quais discutem o uso e a simbolismo do mercúrio.

    Hebraico:


    "ספר המערכות" מאת אברהם אבולעפיה - טקסט חשוב מהמסורת הקבלית המדבר על עקרונות האלכימיה והשימוש בחומרים כמו כספית.

    "סודות האלבימיה" מאת חיים סולובייצ'יק - ספר המתאר את ההיסטוריה והפרקטיקות של האלכימיה בימי הביניים, כולל השימוש בכספית.

    Alemão:


    "Die Alchemie: Geschichte einer hermetischen Wissenschaft" von Johann Wilhelm Rittmeister - Um estudo abrangente sobre a história da alquimia, com detalhes sobre o papel do mercúrio.

    "Alchemie: Das Große Werk in der Geschichte der Menschheit" von Alexander Roob - Explora os elementos-chave da alquimia, incluindo a importância do mercúrio nas práticas alquímicas medievais.

    Conclusão

    O mercúrio foi uma substância central na alquimia medieval devido às suas propriedades únicas e ao seu simbolismo profundo. A sua densidade elevada e o seu estado líquido à temperatura ambiente fascinavam os alquimistas, que o viam como um componente essencial na busca pela transmutação dos metais e pela obtenção do elixir da vida. A alquimia percursora da química, com as suas raízes tanto na prática como no misticismo, encontra no mercúrio um reflexo perfeito dos seus ideais e ambições.


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    quarta-feira, 12 de junho de 2024

    DEUS MERCÚRIO

     


    Mercúrio, conhecido como Hermes na mitologia grega, é uma divindade de grande importância tanto para os gregos como para os romanos. A criação e a veneração de Mercúrio têm raízes profundas nas culturas clássicas, e o seu culto desempenhou um papel significativo em várias civilizações ao longo da história.


    Origem e Desenvolvimento do Culto de Mercúrio

    Mercúrio surgiu como uma figura mitológica entre os gregos antigos, onde era conhecido como Hermes. Hermes era o mensageiro dos deuses, filho de Zeus e Maia, e possuía várias atribuições, incluindo a de guia das almas para o submundo, protetor dos viajantes, comerciantes e ladrões, e deus da eloquência e das transações comerciais. A imagem de Hermes foi adotada pelos romanos, que o renomearam Mercúrio, atribuindo-lhe características semelhantes e integrando-o à sua própria religião e mitologia.

    Mercúrio foi adotado principalmente por duas grandes civilizações: a grega e a romana. Os gregos veneravam Hermes desde tempos antigos, com menções já presentes na obra "Ilíada" de Homero. Com a expansão do Império Romano, o culto a Mercúrio foi assimilado e amplamente difundido por toda a Europa e partes da Ásia e África. Os romanos construíram templos dedicados a Mercúrio, como o Templo de Mercúrio no Aventino, em Roma.

    O culto a Mercúrio tinha um significado multifacetado. Para os comerciantes e viajantes, era um protetor e um guia, assegurando boas transações e viagens seguras. O seu papel como mensageiro dos deuses e guia das almas também lhe conferia um aspecto espiritual e sagrado, fazendo dele uma ponte entre o mundo dos vivos e o além. Além disso, Mercúrio era associado à eloquência e à comunicação, refletindo a sua importância nas interações sociais e comerciais.

    O culto a Mercúrio começou a declinar com a ascensão do Cristianismo no Império Romano, especialmente a partir do século IV d.C. Com a adoção do Cristianismo como a religião oficial do império, os cultos pagãos foram progressivamente suprimidos. O edito de Tessalónica, emitido pelo imperador Teodósio I em 380 d.C., marcou o fim oficial dos cultos pagãos públicos e acelerou o desaparecimento do culto a Mercúrio. No entanto, muitos de seus atributos e símbolos foram reinterpretados e assimilados na cultura cristã e em tradições posteriores.

    A ligação entre o deus Mercúrio e o elemento mercúrio é uma combinação interessante de mitologia, astrologia e alquimia, onde a figura mitológica e a substância química convergem em várias tradições culturais e históricas.

    Mercúrio é frequentemente representado como um deus ágil e veloz, com asas nos pés e no capacete, e portando um caduceu (um bastão com duas serpentes entrelaçadas).

    O elemento químico mercúrio (Hg) tem propriedades físicas únicas: é um metal líquido à temperatura ambiente e possui uma alta densidade e condutividade. O nome "mercúrio" deriva do latim "hydrargyrum", que significa "prata líquida" (do grego "hydrargyros"). Este elemento foi conhecido e utilizado desde a antiguidade, e os alquimistas associaram-no a uma série de propriedades místicas e medicinais.

    Na tradição alquímica, Mercúrio (o deus) e o mercúrio (o elemento) estão intimamente ligados. A alquimia, que precedeu a química moderna, buscava transformar materiais comuns em ouro e descobrir o elixir da vida eterna. O mercúrio era uma substância central nesses processos devido às suas propriedades únicas.

    Simbologia Alquímica: Na alquimia, Mercúrio era visto como um símbolo de transmutação e transformação, refletindo a capacidade do deus Mercúrio de se mover entre diferentes reinos (o dos deuses e o dos mortais). O mercúrio, por ser líquido e mudar facilmente de forma, foi considerado um símbolo perfeito para a mutabilidade e transformação que os alquimistas procuravam.

    Planeta Mercúrio: Em astrologia, Mercúrio é também o nome do planeta que governa a comunicação, a inteligência, e a viagem, refletindo as atribuições do deus Mercúrio. O planeta Mercúrio é associado ao elemento químico devido à tradição astrológica e alquímica de ligar os planetas aos metais (como o Sol ao ouro e a Lua à prata).

    Além de suas associações alquímicas e astrológicas, o mercúrio foi historicamente utilizado em medicina e em diversas práticas científicas. No entanto, a toxicidade do mercúrio levou a um reexame de seu uso ao longo do tempo, e hoje ele é manipulado com extremo cuidado devido aos seus efeitos nocivos na saúde humana.

    Conclusão

    A ligação entre o deus Mercúrio e o elemento químico mercúrio é um exemplo fascinante de como a mitologia, a ciência e a alquimia se entrelaçam na história da humanidade. Enquanto o deus Mercúrio simboliza velocidade, comunicação e transformação, o elemento mercúrio, com as suas propriedades físicas peculiares, tornou-se um símbolo tangível desses mesmos conceitos na prática alquímica e científica.


    Referências Bibliográficas

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    Inglês:


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    Alemão:


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