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sexta-feira, 7 de março de 2014

O CRISTIANISMO PÓS CONCÍLEO DE NICEIA


No ano 325 depois de Cristo realizou-se o Concílio cristão de Niceia.
Poder-se-ia dizer que já houve muitos concílios e aquele foi mais um, mas há um facto muito importante que marca esse Concílio cristão que não foi o primeiro: o imperador romano Constantino, segundo o que reza o catolicismo romano, presidiu-o perante 318 bispos, vindos de todo o mundo cristão de forma a uniformizar aquele credo no império.
As religiões costumam exercer uma força nos cidadãos superior aos seus governantes políticos e como tal centenas de religiões que se professavam no império romano diluíam muito o poder do imperador.
Outro facto importante consistia em que os cristãos eram muito menos corruptos que os devotos de outras religiões, preferindo deixar-se matar nos circos romanos a prestar devoções aos seus deuses e isso dava-lhes uma imagem terrivelmente forte, tornando-os devotos especiais perante a multidão pagã da altura.
Assim o imperador Constantino viu naquela força devocional especial em expansão, uma forma de dar mais força ao imperador e maior coesão aos povos do império: pois controlando a hierarquia dos cristãos e oficializando a Igreja Cristã como o único cânone romano, teria uma dupla unificação nas mãos, a territorial e a crença dos povos do império.
Para se poder fazer a transferência de credo da multi religiosidade romana para esta mono religião, era necessário introduzir ou consolidar alterações que permitissem aos crentes dos deuses crer num só Deus. Assim consolidou-se a versão da Santíssima Trindade em que Deus, Jesus e o Espírito Santo são todos divinos, logo sem origem, instituindo-se para isso o Credo Niceno que começa por:
- Creio em Deus Pai Todo Poderoso, Criador do Céu e da Terra, e de todas as coisas visíveis e invisíveis;
E em um Senhor Jesus Cristo, filho unigénito de Deus, gerado de Seu Pai antes de todos os tempos, Deus de Deus, Luz da Luz, Deus Verdadeiro de Deus Verdadeiro, gerado e não criado, consubstancial ao Pai.
Desta forma cortava-se a hipótese de se atingir o nível espiritual de Cristo tal como no Budismo, a quem tivesse uma vida pura, mantendo a hierarquia cristã como a orientadora inequívoca do cânone Cristão que se passou a chamar Igreja Imperial Católica Apostólica Romana, tendo reconhecido pós mortem este imperador Constantino como o décimo terceiro Apóstolo.
Depois de instituído este software religioso no poder romano, a expansão deste credo ficou garantida e certificada, tendo-se tornado tradição ao fim de todos estes séculos.
PenaCM

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