O fim do confinamento trouxe um aumento brutal das viagens e do lazer e isso estava previsto.
O ataque russo à Ucrânia aumentou o preço dos combustíveis, muito para lá do previsto, isso mais a privação dos cereais ucranianos, mais as sanções aos produtos de origem russa alimentaram a inflação.
Mas quando temos um bom nível de desculpa os lucros podem tornar-se um sonho, então analisemos pormenores:
o gasóleo sobe 60 cêntimos por litro então eu como distribuidor subo o preço dos produtos distribuídos à temperatura ambiente em 10 %. Se uso um camião de 10 toneladas e faço trajetos médios de 100 Km com 18litros/100Km de consumo (excessivo) na minha distribuição, então tenho um aumento na fatura do combustível de um milésimo de € por quilo distribuído, se o preço médio do quilo distribuído for de 3 € significa que aumentei os custos em 10.8 € e os lucros em 10 000 kg * 0.3 € = 3000 €, assim numa só distribuição ganho a mais 3000 - 10.8 = 2982 €.
Isto é bom para o negócio, mas mesquinho para o comprador no retalho reclamar.
Com o tempo o litro de combustível diminui 50 cêntimos mas eu como distribuidor bondoso subo só 5% no preço médio do que distribuo, então os custos da distribuição ficam mais baratos 18 litros * 0.50 € = 9 € e além disso mais os 5 % o que dá (3.3*0.05)*10000 = 1650 € numa só distribuição.
Assim relativamente ao tempo em que começou a subida intensa da inflação, passei a ganhar a mais por cada distribuição que faço de 10 000 kg de produtos alimentares sem refrigeração: 2982 € + 1650 € = 4632 € extra.
Se considerar que uma distribuição de 10 000 kg é feita num só dia, dá uma ideia das fortunas que se estão a fazer, pois a este valor tem de se somar o que já se ganhava antes.
Isto só na distribuição.
PensaCM
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