SUBSIDIAR NÃO SEI QUÊ

Qualquer problema que surja e afete os mais pobres fala-se logo em ajudar com subsídios, vamos ver...

O subsídio é uma ajuda monetária que vai buscar dinheiro às receitas do Estado: impostos, taxas, derramas, etc's incluindo lucros das empresas públicas (EP's), mas como estes lucros ou não existem ou mal surgem vende-se logo a dita EP, por isso não contam.

Quem paga afinal os ditos subsídios: todos os que compram coisas, pagam serviços e pagam impostos, taxas, etc, então a igualdade fica suspensa enquanto alguns apesar de pagarem também recebem subsídios dos outros.

O subsídio é uma desigualdade de oportunidades que alimenta muitas vezes a chamada esperteza saloia.

Vejamos um caso de uma família que tem um filho com acesso a subsídio para compra da chamada primeira casa: os pais com várias casas e bons rendimentos compram mais uma casa que põem no nome do filho maior, que apesar de continuar a viver na casa dos pais passa a ser proprietário de uma casa, podendo arrendá-la e ganhar mensalmente com isso, por outro lado o pobre que não tem dinheiro para comprar casa não foi subsidiado, mas pagou impostos que foram subsidiar o outro mais abastado que usou o subsídio de pobre.

Se a lei tiver as chamadas brechas e o funcionamento do subsídio não for suficientemente vigiado acabamos todos na prática a pagar o enriquecimento de alguns espertalhaços.

Para quem anda cá há muitos anos sabe e já assistiu a muitos esquemas de enriquecimento por subsídio que não resolveram o que pretendia a lei.

Descer um IVA específico é o mesmo que subsidiar especificamente, geralmente uma atividade: mais uma vez isso aconteceu na Espanha onde baixaram o IVA nalguns produtos e os preços não variaram em conformidade.

Esta inflação pegajosa que estava anunciada tem-se alimentado à base do bom lucro que a cadeia de produção, distribuição e venda final tem imposto ao cidadão, sendo nos produtos comestíveis precisamente onde se está a abusar no lucro e onde a inflação mais sobe.

Já estão a contestar a ação da ASAE mas é esse o caminho e foi para isso que ela foi criada: fiscalizar a atividade económica e punir a economia abusiva.

Neste país 8 estruturas de supermercados controlam 80 % das vendas nacionais, sendo alguns deles de origem estrangeira, ao abrigo da livre concorrência, logo é muito poder de atividade económica nas mãos de tão poucos, o que dá aso a abusos: ASEA para a frente, para rentabilizar a sua atividade, as receitas do Estado e defender o consumidor da opressão dos preços .

Pois se formos investigar esses 8 quase monopolistas são capazes de ter subsídios do Estado e ainda contribuem para inflacionar a inflação, é desta forma que o dinheiro flui sem mérito dos mais pobres para os mais ricos, sendo mais uma forma de eternizar e até acentuar a pobreza de um país.

Poder à ASAE já, sem abuso, claro.

PensaCM